Harmonização, botox, queimar dedos: como criminosos tentam driblar polícia
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Luís Carlos Lomba, 61, apontado como um dos três principais líderes do TCP (Terceiro Comando Puro), facção do Rio de Janeiro, foi preso nesta semana em uma clínica de estética na qual passou por harmonização facial. O procedimento foi feito para fugir das autoridades, segundo a Polícia Civil.
A prática é comum no mundo do crime. Veja outros procurados que fizeram procedimentos para escapar da polícia.
Bilionário com vida tranquila
Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, chegou a ser apontado como o traficante mais procurado da América Latina. Ele criou um patrimônio bilionário e utilizava tintura no cabelo, fazia cirurgias plásticas e até usou um RG falso para não ser preso, além de ter acesso às informações vazadas sobre investigações.
Ele tinha vida social normal. Não estava preocupado em ser preso, sabia que não seria reconhecido. Aparentava uns 20 anos a menos. Nós investigávamos alguém que não tinha nome e não tinha rosto. Delegado Elvis Secco, responsável por capturá-lo, em 2017
Ele está preso desde 2017 em um presídio de segurança máxima. Rocha foi condenado a mais de 100 anos de prisão.
Nova identidade

A polícia prendeu o traficante Lenon Oliveira do Carmo, em Fortaleza, em 2020. Apontado como autor de homicídios em Manaus, ele estava foragido desde 2018.
De acordo com a polícia, o homem passou por cirurgias plásticas no rosto para escapar das autoridades. Ele também assumiu uma nova identidade, passando a se chamar Aylon Soares Cardoso.
Cirurgia no semiaberto
Nei da Conceição Cruz —o Nei Facão—, também teria se submetido a uma intervenção cirúrgica para despistar as autoridades. Ele é um dos fundadores do TCP. O episódio ocorreu em 2009, após ser beneficiado pelo regime semiaberto e não voltar mais ao sistema prisional.
A informação foi descoberta em agosto daquele ano, quando Facão já estava foragido há quatro meses. Ele foi preso novamente em outubro daquele ano no Guarujá (SP).
Até no PCC

Tido como número 2 do PCC, Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, encarou a plástica e fez botox para escapar da polícia. Ele fez as modificações para ficar diferente do período em que aproveitou uma saidinha para não retornar à prisão, em 2014. Oito anos depois, acabou sendo preso.
Rei dos Ares
Amado Carrillo Fuentes morreu de ataque cardíaco após se submeter a cirurgia plástica e lipoaspiração em 1997. Ele era conhecido como "Rei dos Ares" e também como "o outro Escobar", em alusão a Pablo Escobar, por despachar periodicamente aviões lotados de drogas entre Colômbia e México.
Mudou até de país
Segundo a BBC, Saharat Sawangjaeng se tornou Seong Jimin quando deixou de ser tailandês para ser um "coreano bonito". Ele é um traficante famoso que fez a mudança para escapar das autoridades. Seu plano durou três meses até ser capturado e a polícia admitiu que nada sobrou do rosto original.
Prática antiga

Práticas como essas são comuns no mundo do crime há tempos. Criminosos como August "Gus" Winkeler, ligados a Al Capone, tentou dar um fim em suas impressões digitais, jeito mais comum de identificação das policias pelo mundo. Eles queimavam a ponta dos dedos, lixavam e chegavam a usar até ácido.
O famoso mafioso John Dillinger contratou um cirurgião para profissionalizar a queima de digitais. E foi além, tirou suas covinhas e modificou o nariz. O que não adiantou muito, pois, em 1934, foi localizado e morto pelo FBI.
*Com informações de reportagem publicada em 05/04/2024
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