Morre dentista baleada no peito após tiroteio na Bahia; órgãos serão doados
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A cirurgiã-dentista de 28 anos, Larissa Azevedo Pinheiro, morreu após ser vítima de uma bala perdida durante um tiroteio entre policiais e suspeitos de roubo de veículos na Avenida Paralela, em Salvador.
O que aconteceu
A jovem foi internada e mobilizou uma rede de solidariedade por doações de sangue nas redes sociais, mas não resistiu aos ferimentos. O enterro será realizado amanhã, 24 de março, em Itamari, no interior da Bahia. Larissa faleceu no dia 22 de março, em Salvador, após ser baleada durante o tiroteio ocorrido no dia 14 de março.
A dentista utilizava um mototáxi para se deslocar ao trabalho. Na ocasião, ela estava a caminho de Candeias, município do Recôncavo Baiano, quando ocorreu o confronto entre policiais e suspeitos de roubo de veículos.

"Se abaixa", alertou o mototaxista para Larissa. Em um vídeo captado por uma câmera veicular, é possível ouvir o motorista pedindo que ela se protegesse dos disparos. Além dela, outras três pessoas ficaram feridas: um assessor parlamentar, que sofreu ferimentos leves, e dois suspeitos de roubo de veículos - um deles morreu.
Larissa ficou internada por uma semana. Após ser baleada no peito, a cirurgiã-dentista foi levada ao HGRS (Hospital Geral Roberto Santos), onde passou por uma cirurgia e permaneceu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Família optou por doação de órgãos
Os familiares de Larissa agradeceram a mobilização em prol da vida da jovem e informaram que os órgãos dela serão doados. Segundo Letícia Pinheiro, irmã de Larissa, 483 doadores de sangue foram registrados apenas em Salvador. "Sem contar nas cidades de Vitória da Conquista, Feira de Santana, Jequié, e em outros estados, como Pará e Santa Catarina", afirmou Letícia.
Larissa é um sopro de vida. Os órgãos dela darão vida a outras vidas.
Letícia Pinheiro, irmã da jovem
Polícia nega envolvimento na morte
PM-BA culpa suspeito que morreu em confronto por bala que atingiu Larissa. A PM-BA Polícia Militar da Bahia afirmou que quatro homens dispararam contra policiais do Batalhão Apolo [Policiamento de Prevenção a Furtos e Roubos de Veículos da Bahia] e que a cirurgiã-dentista foi atingida durante o confronto.
A Bahia já registra 267 mortes em intervenções policiais em 2025. Dados referentes aos meses de janeiro e fevereiro colocam o estado em primeiro lugar no ranking nacional, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Isso significa que, em média, cinco baianos morrem por dia durante ações policiais no estado.
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