Em alta no Rio, campanha de Martha Rocha prevê ofensiva contra fakenews
Gabriel Sabóia
Do UOL, no Rio
25/10/2020 04h00
Empatada com Marcelo Crivella (Republicanos) e Benedita da Silva (PT) na segunda posição da última pesquisa Datafolha, a candidata à Prefeitura do Rio Martha Rocha (PDT) se prepara para enfrentar uma possível onda de fakenews até o primeiro turno.
Na visão de sua campanha, o desempenho da pedetista na pesquisa divulgada na quinta-feira (22) pode fazer com que ela se torne alvo de ataques da militância de adversários. Por isso, sua equipe prepara uma força-tarefa para monitorar as redes sociais e solicitar à Justiça a retirada de eventuais perfis que compartilhem notícias falsas contra a ex-chefe de Polícia Civil. Até o momento, os esforços conseguiram a tirar do ar 14 perfis falsos.
A atuação dela na polícia deve ser o principal alvo das notícias falsas, segundo avaliam assessores da candidata. Para ela, a disseminação de conteúdo falso é uma reação a seu avanço nas pesquisas.
"O aumento desse tipo de ataque é muito resultado do que vemos nas ruas. Nunca tive qualquer situação desagradável, sou bem recebida e venho crescendo", afirma Martha.
Foco no voto das mulheres
Com 13% dos votos válidos, Martha está empatada com Crivella (13%) e, no limite da margem de erro de três pontos para mais ou para menos, com Benedita da Silva (10%).
Especialistas ouvidos pelo UOL dizem acreditar que a baixa rejeição de Martha aumenta as suas chances de superar Paes —com 45% contra 41%, ela é a única que tem vantagem sobre o ex-prefeito na simulação do 2º turno.
De acordo com o Datafolha, ela subiu de 9% para 13% entre as mulheres. Por isso, a propaganda da candidata já foca nesse eleitorado e mostra o encontro dela com outras mulheres, que dizem frases como "o mundo é das mulheres", "você é a mulher maravilha", "chegou a hora de ter uma mulher no poder".
Martha afirma que a mudança não se deve exclusivamente às variações registradas pela pesquisa.
"Essa sempre foi uma agenda legítima minha. Eu comecei minha carreira na polícia administrando uma delegacia para mulheres, comandei a CPI do Feminicídio, a CPI da Mulher, fui presidente Conselho Estadual de Defesa da Mulher, além de ter sido a única mulher a chefiar a Polícia Civil. Isso está longe de ser uma novidade", afirma.
Outro nome que disputa o voto feminino, Benedita saltou de 8% para 12% entre as mulheres. No programa dela, Benedita aparece falando da necessidade de implantar uma campanha de assistência a grávidas e de construir casas de parto por toda a cidade.
Em ocasiões anteriores, a petista já havia ressaltado o próprio pioneirismo, enquanto mulher negra na política.