Topo

Racismo, negacionismo e apoio ao PT: temas para Russomanno no debate UOL

Russomanno participa de carreata no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Russomanno participa de carreata no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

10/11/2020 19h09Atualizada em 10/11/2020 21h07

Depois de liderar as primeiras pesquisas de intenção de voto, o candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) desidratou e agora corre o risco de não chegar ao segundo turno. Para tentar se recuperar, o apresentador terá de responder sobre algumas polêmicas no debate de amanhã promovido pelo UOL, como racismo, negacionismo científico, o apoio a petistas e tucanos e a má administração de um bar.

Promovido em parceria com o jornal Folha de S.Paulo, o debate recebe às 10h os quatro candidatos melhor posicionados na última pesquisa do Datafolha, liderada por Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição. Russomanno, Guilherme Bolos (PSOL) e Márcio França (PSB) são os outros convidados.

Apoio a Dilma e Doria

Embora seja apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Russomanno pediu votos a Dilma Rousseff (PT) em 2010. Ele também fez campanha para João Doria (PSDB) chegar ao governo de São Paulo em 2018, ano em que defendeu Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente contra o próprio Bolsonaro.

Apesar de tentar ocupar o lugar de Bruno Covas (PSDB) na prefeitura, o partido de Russomanno fez parte da administração tucana, com o próprio candidato com indicado na gestão municipal. O Republicanos também é parte da base de apoio ao governo Doria na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Negacionismo?

Russomanno é acusado pelos adversários de ser negar a ciência. Além de ter minimizado os efeitos do novo coronavírus sobre a saúde da população, ele é o candidato favorito entre quem rejeita máscara, segundo o Datafolha.

O deputado federal e apresentador —segundo quem o coronavírus "não dizimou ninguém"— mentiu ao dizer que a vacina CoronaVac, de origem chinesa, não era testada na China e chegou a dizer que moradores de rua eram imunes ao vírus por não tomarem banho frequentemente.

Racismo

Depois de chamar de "vandalismo" a homenagem da prefeitura ao Dia da Consciência Negra —que usou nos semáforos o símbolo do punho cerrado—, Russomanno foi criticado pelo movimento negro após declaração em sabatina promovido pelo UOL/Folha.

Na ocasião, ele negou ser racista ao dizer que que foi criado por uma ama de leite negra, que namorou mulheres negras e tem amigos negros.

O problema é que as amas de leite são associadas às escravas, obrigadas a deixar de amamentar o próprio filho para alimentar os filhos de brancos.

Bar do Alemão

Russomanno teve bens e contas pessoais bloqueados pela Justiça por, como sócio majoritário e fiador, não pagar 18 meses de aluguel ao prédio que abrigava seu Restaurante e Bar do Alemão.

Com dívida de R$ 7,1 milhões, Russomanno terá sua assinatura checada pela Justiça em dezembro. Ele também fez acordo com o Ministério Público após ser acusado de tentar furtar um gerador de energia avaliado em R$ 120 mil. O aparelho havia sido dado como garantia de dívida ao dono do prédio onde funcionou o Bar do Alemão.

Eleições 2020 em SP: políticos fazem campanha na capital