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Bolsonaro leva venezuelano a palanque e diz que Lula só ganha no Datafolha

Imagem: Reuters

Do UOL, em Betim e em Brasília

24/08/2022 15h43Atualizada em 24/08/2022 16h20

Com um discurso repleto de críticas à esquerda e aos governos do PT (2003 a 2016), o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou hoje considerar que o seu principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 'só ganha no Datafolha'.

O único lugar que Lula ganha é no Datafolha. Mais em lugar nenhum
Bolsonaro, em referência às pesquisas de opinião realizadas até o momento

A declaração do candidato à reeleição, no entanto, não procede. Amostras do Datafolha e de outras fontes indicam que Lula está em vantagem na corrida eleitoral e tem condições reais de vencer no primeiro turno.

Divulgado em 19 de agosto, o último estudo do Datafolha coloca o petista à frente com 47% das intenções de voto após o início oficial da campanha eleitoral. Bolsonaro tem 32%.

Lula também lidera a disputa pela chefia do Executivo em outras pesquisas, como Ipec, Ipesp, Quaest e CNT/MDA.

Ascensão. Desde maio, a distância entre Lula e Bolsonaro na série histórica do Datafolha caiu de 21 para 15 pontos percentuais. Apesar do crescimento do concorrente do PL, o ex-presidente continua a liderar com margem.

Na última semana de julho, antes do registro das candidaturas e com nomes como André Janones (Avante) e Luciano Bivar (União Brasil) ainda listados entre opções de voto, Lula tinha os mesmos 47%, e Bolsonaro aparecia com 29%.

Ipesp. Dados do Ipec (ex-Ibope) divulgados em 15 de agosto mostram o ex-presidente Lula com 44% das intenções de voto. Bolsonaro surge em segundo, com 32%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Venezuelano no palanque. As declarações de hoje ocorreram em Betim (MG), onde Bolsonaro cumpriu hoje agenda de campanha. Além de criticar o adversário, Bolsonaro levou um refugiado venezuelano ao palanque na cidade mineira.

Apoiador do presidente, o imigrante se identificou como José Gregório e relatou as dificuldades que teve para cruzar a fronteira e fugir para o Brasil. "Já tenho 4 anos no Brasil. Passei muito trabalho, saí da Venezuela na miséria e com fome", declarou ele.

Gregório atribuiu a fuga de seu país natal ao governo do presidente Nicolás Maduro. "O presidente que temos na Venezuela acabou com a nossa riqueza, o ouro, as minas. (...) Entrei no Brasil e fiquei cinco dias andando com mala e mochila nas costas. Ninguém dava carona para nós."

De Randolfe a Fidel. A lista de desafetos no discurso de Bolsonaro também incluiu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi chamado de "patético". Até Fidel Castro, líder da revolução cubana morte, foi lembrado nas críticas.

Bolsonaro sugeriu que ele, Fidel, 'não foi para o paraíso'. "Deve estar em um lugar bem quente".

As críticas do presidente compõem uma estratégia montada com o intuito de estimular o antipetismo. Bolsonaro mirou na ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para tentar atingir o objetivo. Ele voltou a associar Dilma a perda de 3 milhões de empregos entre 2014 e 2016, período em que não havia pandemia.

Países como Nicarágua e Argentina foram mencionados como exemplos de fracasso da esquerda.

Em outro trecho do pronunciamento, o candidato à reeleição vinculou os índices econômicos dos estados do Nordeste aos governos de esquerda. Ele afirmou que a região é administrada pelo PT nos últimos 20 anos.

"Igualdade no lado de lá é na miséria, na pobreza".

Em sua tentativa de reeleição, Bolsonaro está dedicando a tarde de quarta-feira a eventos em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Ele participou de um encontro com pastores seguido de comício em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.

Nesta oportunidade, além de criticar a esquerda, Lula e reafirmar a pauta de valores conservadores, houve uma convocação para o ato de 7 de setembro no Rio de Janeiro. Bolsonaro não economizou no otimismo afirmou que será um evento "monstro".

A pauta dos costumes também foi lembrada em Betim. O presidente disse que não é contra a família.

O candidato à reeleição fecha a programação em Minas Gerais com uma motociata em Belo Horizonte. Na sequência, será realizado um comício na Praça da Liberdade, local da cidade onde tradicionalmente ocorrem os atos políticos.

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