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PSDB quer Datena candidato à Prefeitura de SP, mas tio de Covas é plano B

Mario Covas Neto, filho de Mario Covas e tio de Bruno Covas Imagem: Facebook/Mario Covas Neto

Do UOL, em São Paulo

24/05/2024 04h00

O PSDB trabalha para lançar o apresentador José Luiz Datena como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, mas tem como plano B o ex-vereador Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mario Covas e tio do ex-prefeito Bruno Covas.

O que aconteceu

Datena tem no currículo político um histórico de desistências. É a quinta vez que o jornalista ensaia disputar uma eleição. Publicamente e em conversas com lideranças do PSDB, no entanto, ele tem dito que pretende levar até o fim esta candidatura, animado com pesquisas que o colocam com um bom percentual de votos. "Temos que acreditar na palavra dele", diz uma liderança tucana ouvida pela reportagem.

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Ele se filiou ao PSDB em abril, depois de pouco mais de três meses no PSB. Na ocasião, o apresentador, cotado para vice da deputada Tabata Amaral (PSB), disse que a movimentação fazia parte de uma articulação em prol da candidatura dela — para atrair mais um partido para a campanha. Ao mesmo tempo, deixou em aberto a possibilidade de disputar a eleição como cabeça de chapa — ou seja, concorrendo contra ela.

De forma reservada, os tucanos trabalham com cenário em que o apresentador não vá em frente com candidatura — nem mesmo para vice. Caso isso aconteça, três planos são estudados:

  1. Lançar Covas Neto como cabeça de chapa;
  2. Confirmar o próprio Covas Neto como vice de Tabata;
  3. Apoiar à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Os que defendem candidatura própria do PSDB acreditam que é uma forma de unir o partido, rachado após crises. Se esse for o caminho, no entanto, entendem que ele será difícil, mesmo com alguém com a visibilidade de Datena — citam ausência de uma chapa de vereadores e pouco tempo de TV como entraves, diante da ausência de coligação com outras legendas. A candidatura própria com Covas Neto é avaliada como a mais remota das hipóteses.

A ala do partido a favor da chapa Tabata-Covas defende que a união esvaziaria o discurso de Nunes de que sua gestão é parte do legado deixado por Bruno. Covas Neto é crítico à aliança feita pelo emedebista com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra quem o sobrinho se posicionou. Depois que Bruno morreu em decorrência de um câncer, Bolsonaro se referiu ao tucano como "o outro lá que morreu".

Já o grupo que defende o apoio a Nunes argumenta que esse seria o caminho natural, uma vez que ele era o vice de Covas. A debandada de vereadores ocorreu justamente após a direção paulistana do partido rechaçar apoio ao prefeito — boa parte da militância e dos parlamentares o apoiam, alegando que ele abriga uma série de tucanos em sua gestão. Os críticos dessa corrente, por sua vez, dizem que faltou "reciprocidade" por parte do prefeito por não ter oferecido o lugar de vice ao partido.

Decisão final ficará a cargo da executiva nacional, presidida pelo ex-governador Marconi Perillo. Lideranças tucanas têm dito que a escolha vai levar em consideração a estratégia do partido para as eleições presidenciais de 2026, além de compromissos programáticos.

Mario Covas Neto e o ex-governador Marconi Perillo em evento do PSDB Imagem: Facebook/Mario Covas Neto

Covas Neto voltou ao partido depois de seis anos

O ex-vereador retornou ao ninho tucano em abril, durante a janela partidária. Ele havia saído da sigla em 2018 para o Podemos, alegando que o PSDB "deixou suas origens" e apontando dificuldades com o então prefeito de São Paulo, João Doria (então PSDB, hoje sem partido), como razões para sua decisão. Um evento foi realizado na última sexta-feira (17) para anunciar o retorno dele à legenda, da qual o pai foi um dos fundadores e um dos principais expoentes.

Ele diz que candidatura não está no radar e que retorno é para ajudar na reconstrução do partido. "Minha volta não está condicionada a ser candidato. Também não quer dizer que eu não possa ser candidato a vice, mas essa é uma escolha que se faz coletivamente, uma construção dos partidos [PSDB e PSB]. Daqui até a convenção muita coisa pode acontecer", afirmou ao UOL.

Ainda não há data para a convenção. Pelas regras do TSE, deve ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto.

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