Bruno Covas não adere ao "BolsoDoria" e anula voto para presidente

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

  • Luis Adorno/UOL

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), esteve ao lado de João Doria (PSDB) de manhã, quando o candidato ao governo votou, mas não seguiu o voto presidencial do correligionário. Ao votar, às 16h30 deste domingo (28), o substituto de Doria na prefeitura da capital votou em um colégio da Vila Leopoldina, zona oeste da cidade, e anunciou que anulou o voto na disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Assim, o tucano não aderiu ao slogan "BolsoDoria", adotado pelo candidato ao governo em todo o segundo turno, quando anunciou apoio ao capitão reformado do Exército. Oficialmente, o PSDB anunciou posição de neutralidade e deixou os seus filiados livres para definirem os seus escolhidos.

"Como militante, não me senti representado por nenhuma das duas candidaturas e, por isso, anulei meu voto agora no segundo turno", afirmou o prefeito logo após ter votado. Ele chegou ao colégio ao lado do filho, que estava vestido com uma camiseta da seleção brasileira.

Em relação à disputa do governo, Bruno Covas destacou que será importante ter parceria mesmo que o vencedor que seja Márcio França (PSB), o adversário de Doria no segundo turno. "Qualquer um dos dois que seja eleito, eu vou procurar, porque a prefeitura precisa de parceria com o governo federal", explicou.

Bruno Covas e a senadora eleita Mara Gabrilli foram os nomes mais representativos do PSDB que acompanharam João Doria, na manhã deste domingo, durante o voto do candidato, em um colégio localizado nos Jardins, zona sul. No local, Doria voltou a reafirmar apoio a Jair Bolsonaro (PSL), sendo aplaudido pela maioria dos militantes.

"Como militante e filiado ao PSDB, tenho os meus candidatos e as minhas escolhas. Não deixo essa relação contaminar da prefeitura com o governo do estado ou da prefeitura com o governo federal. Tanto que fiz questão de estar ontem na inauguração da estação de metrô Morumbi-São Paulo", afirmou o prefeito da capital.

Covas afirmou que, seja Doria ou Márcio França (PSB), o próximo governador, ele manterá bom relacionamento. O prefeito elogiou o rival de Doria. "Conheço Márcio França desde a época que foi prefeito de São Vicente, não tenho nenhum problema de relação com ele. Agora, é claro que tenho relação partidária e de amizade com João Doria", disse.

Covas relembrou que Doria o convidou para ser vice dele em 2016, apesar de, naquela oportunidade, o atual prefeito ter apoiado um outro candidato nas prévias do PSDB à prefeitura da cidade.

Doria não acompanhou o voto do prefeito, diferentemente do que fez no primeiro turno. Com atrito criado entre membros da velha guarda do partido, entre eles, o presidente nacional, Geraldo Alckmin, Doria segue enaltecido por Covas. "Sempre teve clima dentro do PSDB. Ele foi escolhido por 80% nas prévias", disse.

"Vou pedir para o presidente do partido comprar bastante chá de camomila, para poder acalmar os ânimos e, com calma, com tranquilidade, a gente poder absorver essa derrota que a gente teve no primeiro turno (presidencial), e verificar de que forma a gente precisa se reinventar", afirmou o prefeito.

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