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Nunes e Lula buscam protagonismo em obra na periferia de SP

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente Lula (PT) Imagem: Montagem UOL

Do UOL, em São Paulo

29/06/2024 04h00

De lado opostos na eleição municipal paulistana, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente Lula (PT) têm buscado protagonismo em obras na periferia da cidade. Uma delas é a do Instituto Federal Cidade Tiradentes, na zona leste da cidade.

O que aconteceu

Prefeito e presidente marcaram eventos para dias diferentes. Nunes assinou ontem (28) a cessão do terreno. Lula participa hoje de evento ao lado do pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL) e da pré-candidata a vice Marta Suplicy (PT). O presidente apoia a chapa do psolista na eleição municipal em São Paulo.

O instituto será construído no terreno cedido pela prefeitura e a obra será paga com recursos do MEC (Ministério da Educação). Boulos já tem explorado os anúncios do governo federal na pré-campanha para atrair votos do eleitor da periferia. Mais cedo, Nunes afirmou que tem "outras parcerias" com a União e que o objetivo é sempre visar que a população seja atendida — ele disse trocar mensagens com o ministro Alexandre Padilha.

Convidado pelo Planalto para participar, o prefeito disse que não faz sentido marcar presença no evento. Para ele, a agenda do governo federal é um "ato político", porque contará com a presença de Boulos e Marta. O Planalto afirma também ter convidado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Na assinatura do termo ontem, Nunes também disse que a placa sobre o início da obra do instituto ficou sem o nome da prefeitura ou qualquer menção à sua gestão. "Democracia é bonita quando ela é na sua plenitude. Não precisava disso, temos que ser maior que isso", afirmou o prefeito. Procurado, o Planalto disse que "em geral" as placas levam o nome do presidente e do governador, mas em "São Paulo terá o nome do prefeito".

Lula e Boulos foram condenados pela Justiça por campanha antecipada em um evento das centrais sindicais no Dia do Trabalho. O presidente pediu voto explicitamente ao pré-candidato. A propaganda eleitoral só pode ser feita a partir de 16 de agosto.

Agenda de Lula e do pré-candidato prevê também o anúncio da expansão do Metrô para o Jardim Ângela. Nunes participou de um ato sobre o mesmo tema com Tarcísio na semana passada. Após o evento, o governador anunciou a escolha do vice do prefeito, o coronel da PM Ricardo Mello Araújo.

Diferentemente da avaliação que faz sobre o eventos do adversário, Nunes considera que seu evento não tem cunho político e disse que não escanteou o governo. "Nós sabíamos que os jornalistas iriam perguntar sobre a questão do vice. Tivemos o cuidado de não fazer nem dentro do local [a entrevista coletiva]", justificou o prefeito.

Voto na periferia

Pesquisas têm mostrado que Nunes lidera as intenções de voto na periferia, já Boulos fica em 2º lugar. A pré-campanha do psolista enxerga a imagem de Lula e de Marta como trunfos para ganhar espaço nesses lugares.

Mapa eleitoral da capital paulista nas últimas eleições mostra que candidatos conservadores têm desempenho melhor nas regiões centrais. Foi assim em 2004, quando Marta perdeu para José Serra (PSDB); em 2008, quando a petista foi derrotada novamente por Gilberto Kassab (então DEM); e em 2012, quando Fernando Haddad (PT) venceu Serra.

Em 2016, João Doria venceu no primeiro turno em 56 das 58 zonas eleitorais da cidade. Ele perdeu em Parelheiros e Grajaú para Marta, à época filiada ao PMDB. Em 2020, Covas venceu Boulos em 50 zonas —o psolista se saiu melhor em regiões periféricas das zonas leste e sul.

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