Lula centraliza atenções em dia de lançamentos de campanhas municipais
Do UOL, em São Paulo
20/07/2024 23h52
Com anúncios de candidaturas de aliados para prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro neste sábado (20), o presidente Lula se tornou o centro das atenções.
O que aconteceu
O sábado (20) foi movimentado para a corrida eleitoral municipal: Guilherme Boulos (PSOL) e Eduardo Paes (PSD) lançaram suas candidaturas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ambos reafirmaram o apoio do presidente para as campanhas. O União Brasil, por sua vez, declinou sobre quem vai apoiar para a Prefeitura paulistana.
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Em São Paulo, o Boulos anunciou sua candidatura à Prefeitura ao lado do Lula (PT). O presidente destacou que a vitória do candidato vai evitar o retorno da extrema direita ao governo.
A ideia é mostrar a formação de uma grande frente progressista na capital paulista. Ao lado de Boulos, Lula e a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice na chapa, subiram ao palco de mãos dadas e erguidas. Em destaque, também, estiveram os ex-prefeitos Luiza Erundina (PSOL), hoje deputada, e Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda.
O Boulos é o meu candidato. Eu me sinto tão candidato quanto ele. Eu quero ser responsável pela vitória dele. Mas, muito mais que eu, vocês (eleitores). Uma coisa eu estou certo: com a vitória do Boulos, a gente vai dizer que nunca mais a extrema-direita, os fascistas, os nazistas, os negacionistas e os mentirosos vão voltar a governar este país.
Presidente Lula
Lula tentou corrigir fala polêmica
Lula subiu no palco e discursou contra a violência de gênero em outro evento para anúncio de candidatura. Em São Bernardo do Campo, na Grande SP, o petista usou o espaço para tentar corrigir uma fala polêmica que deu durante a semana.
O posicionamento foi durante a convenção municipal do deputado estadual Luiz Fernando (PT-SP), que pleiteia vaga à Prefeitura de São Bernardo do Campo. A fala vem após uma semana de discursos infelizes, que incluíram, inclusive, frases polêmicas sobre violência doméstica durante uma reunião no Palácio do Planalto.
Quero aproveitar esse ato aqui: pelo amor de Deus, o homem que é homem, o homem que tem fé em Deus, que é fraterno, solidário, não pode nunca levantar a mão para agredir uma mulher, não pode.
Presidente Lula
Paes citou "boa relação" com o presidente no Rio
Lançando sua candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), nacionalizou a disputa e citou "boa relação" com o presidente.O atual prefeito da capital fluminense disse, ainda, que vai afastar sua imagem de "Dudu paz e amor". Embora Paes tenha citado Lula, o presidente não estava presente no evento.
A estratégia de evocar o nome de Lula surge em meio à expectativa do lançamento da candidatura de Alexandre Ramagem (PL) - apoiado por Jair Bolsonaro. Além disso, ele teceu críticas ao governador do estado, Cláudio Castro (PL), após cobranças em relação à segurança pública: "É inaceitável que (adversários) venham cobrar de mim sobre as funções que eles têm no governo do Estado".
Não tem nada que eu peça ao Lula para o Rio que ele não faça. O presidente Lula tem carinho especial pelo Rio e vamos continuar trabalhando juntos.
Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição no Rio
União Brasil adia anúncio de apoio para a Prefeitura de São Paulo
O União Brasil decidiu que a declaração de apoio só vai sair após reunião da executiva municipal do partido. O apoio da legenda para a Prefeitura da capital paulista é uma incógnita após atritos entre o presidente do União em São Paulo, Milton Leite, e o candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).
Apoio a Ricardo Nunes é dado como certo por lideranças partidárias. O União Brasil quer esperar o MDB lançar oficialmente a candidatura do prefeito. O partido de Nunes realiza sua convenção no dia 3 de agosto. O cacique do partido disse que a situação com o prefeito de São Paulo "melhorou 90%" após ter dito, há duas semanas, que ela era "péssima".
Leite disse, porém, que a batida de martelo pode ser dada "a qualquer momento". Votação que decidiu adiar apoio a nome para a prefeitura foi unânime. Dos 36 correligionários que estavam aptos a votar, 33 escolheram deixar o cargo de prefeito em aberto — os três restantes não votaram, segundo Leite, porque estavam fora do Brasil e não puderam comparecer à convenção.