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Tales: Bolsonaro deve se colocar sobre Marçal, que usa tática bolsonarista

A postura de Pablo Marçal (PRTB), que usou táticas do bolsonarismo ao oficializar sua candidatura à prefeitura de São Paulo, exige um posicionamento explícito de Jair Bolsonaro, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (5).

Durante a convenção do seu partido, Marçal subiu o tom das críticas contra Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição e que conta com o apoio de Bolsonaro, e Guilherme Boulos (PSOL)

Já era hora de Bolsonaro falar 'vote no Marçal' ou 'não vote no Marçal' aos aliados e aos bolsonaristas.

Se Marçal vier com acusações a Nunes, Bolsonaro precisará muito se colocar de fato, e não apenas dizer que indicou o vice. O ex-presidente precisa se colocar em relação a este tipo de candidatura, que imita a do próprio Bolsonaro, fazendo sensacionalismo, arrumando modos de chegar às manchetes e ter destaque na mídia.

Marçal segue a mesma trilha. Bolsonaro precisará se colocar em relação a esse candidato, que se diz bolsonarista e usa a tática bolsonarista. Tales Faria, colunista do UOL

Tales comentou que Marçal repete a estratégia bolsonarista de confundir o eleitorado ao misturar verdades e mentiras sobre seus oponentes, além de promover o sensacionalismo ao acusar, sem apresentar provas, dois de seus adversários de "cheiradores de cocaína".

Nessa cerimônia, Marçal contou duas verdades. Nunes é herdeiro do tucano João Doria, que deixou para o Bruno Covas. A herança passou do PSDB para o Nunes. Isso é fato, assim como o patrimônio do Boulos cresceu muito. São verdades que precisam ser explicadas pelos adversários dele. Isso faz parte das campanhas eleitorais.

Mas ele junta tudo isso com acusações mentirosas, sem provas, e ameaça usá-las no debate. Um sujeito desse não devia poder nem participar de debates. Se ele fizer a acusação, ela ficará no ar. É a mesma mecânica das fake news: misturar verdades com mentiras, confundindo as pessoas. Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Marçal tenta arrastar disputa eleitoral em SP para a lama

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Pablo Marçal mostrou que a baixaria deve permear sua participação na disputa eleitoral, afirmou Josias de Souza. Para o colunista, o anúncio de Antonia de Jesus como vice na chapa do empresário é uma tentativa de fisgar o voto de um eleitor que também está na mira dos bolsonaristas.

Marçal percorreu a convenção como se estivesse em um ambiente virtual das redes sociais. Faz acusações que não consegue demonstrar e promessas que caem no vazio. Ele desqualifica seus adversários até de forma irresponsável. Faz a crítica sem identificar o alvo; diz até que 'tem cheirador de cocaína, pelo menos dois'

Ele está tentando puxar a disputa para a lama e usa uma técnica muito usual entre os mais desqualificados que fazem política nas redes sociais. Levanta-se uma suspeição sem dizer nomes. Para chamar a atenção, aposta na desqualificação. Diz que tem 'cheiradores de cocaína' depois de uma sequência de ataques a Boulos e Nunes.

O mais grave não é a forma como Marçal se apresenta, mas o fato de que esta desqualificação tem audiência na principal cidade do país. Ele tem uma quantidade de votos a esta altura que não é negligenciável. Seria melhor para ele e para a cidade de São Paulo que o nível da campanha fosse minimamente elevado. Josias de Souza, colunista do UOL

Tales: 'Rei dos raivosos', Carlos Bolsonaro tem cada vez menos importância

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Tales disse também que Carlos Bolsonaro continua agindo ferozmente na defesa de seu pai, Jair, mas tem se tornado um personagem cada vez mais irrelevante dentro do cenário político.

Ontem (4), Carlos usou as redes sociais para criticar Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, por não apoiar Bruno Engler, candidato do PL à prefeitura de Belo Horizonte. Zema esteve ao lado do ex-prefeito Alexandre Kalil para lançar a candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos).

Carlos se acha proprietário do pai contra a Michelle, às vezes contra um irmão e especialmente contra os aliados. Ele acha que elegeu o pai em 2018, e realmente teve um trabalho importante com o uso de fake news, de sensacionalismo e de um linguajar maluco que não entendemos muito. Isso fez sucesso na internet.

Havia ainda o Olavo de Carvalho e o [Abraham] Weintraub [ministro da Educação no governo Bolsonaro], essa turma raivosa. Carlos era o 'rei dos raivosos' e continua na mesma toada. Para ele, liberal é progressista, mas do ponto de vista econômico, apoiava Paulo Guedes.

O linguajar dele é confuso, mas o que dá para entender sempre é que Carlos trabalha com o fígado e a bílis do pai. Quando Jair precisa soltar a bílis em alguém, lá está Carlos para jogar no ventilador. Tales Faria, colunista do UOL

Na visão de Tales, Carlos é o membro do clã Bolsonaro com menor possibilidade de se manter na cena política conforme aumentam os problemas de Jair na Justiça.

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Carlos tem cada vez menos importância política, à medida em que o pai se tornou inelegível e, possivelmente, vai acabar na prisão.

Michelle ainda sobrevive, e talvez Flávio e Eduardo também. Mas a tendência é de Carlos ir para o lixo da História. Tales Faria, colunista do UOL

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