Raquel Landim

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Direita se divide conforme se informa: pela TV, Nunes, pelas redes, Marçal

Numa das eleições mais disputadas para a Prefeitura de São Paulo, os eleitores da direita estão se dividindo conforme o meio de comunicação que utilizam para se informar sobre política.

Quem vê TV, vota em Ricardo Nunes (MDB). Já quem fica nas redes sociais, vai de Pablo Marçal (PRTB).

É o que mostra a pesquisa Quaest, que ajuda a explicar a recuperação das intenções de voto do prefeito depois do início do horário eleitoral gratuito e a estagnação de Marçal.

No levantamento mais recente, divulgado nesta quarta-feira (11), Nunes subiu cinco pontos percentuais em relação a agosto e há um empate triplo entre o prefeito, com 24% das intenções de voto, Marçal com 23% e Guilherme Boulos (PSOL) com 21%.

A análise segmentada é mais delicada, porque as margens de erro chegam a 5 a 6 pontos percentuais para mais ou para menos. Ainda assim, as diferenças são muito expressivas.

Entre os que utilizam a TV como fonte de notícias, geralmente os mais idosos e os mais pobres, as intenções de voto de Nunes cresceram de 24% na pesquisa de agosto para 34% agora. Boulos registra 22% e Marçal apenas 8%. O candidato do PRTB não possui tempo de televisão, porque seu partido não tem representantes no Congresso.

Mas se o público se informa majoritariamente sobre política pelas redes sociais, a situação se inverte. Marçal avança de 33% das intenções de voto em agosto para 46% hoje, enquanto Boulos tem 18% e Nunes 17%.

Analistas acreditam que o prefeito também consegue uma parcela de voto da periferia, que não tem orientação ideológica tão definida, e que já votou tanto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto em Jair Bolsonaro (PL).

Direita dividida

Os eleitores também estão profundamente divididos entre Marçal e Nunes conforme o sexo, a idade, e a religião. Mulheres votam em Nunes, homens em Marçal. Evangélicos em Marçal, católicos em Nunes. Idosos em Nunes, jovens em Marçal.

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Conforme a Quaest, Nunes atingiu 25% das intenções de voto entre as mulheres, acima dos 20% de Boulos e dos 17% de Marçal. Entre os homens, Marçal chega a expressivos 31%, enquanto Nunes e Boulos estão empatados em 21%.

Eleitores entre 16 e 34 anos preferem Marçal — esse é um público muito voltado para a Internet, onde o influencer tem milhões de seguidores. Marçal chegou a 31% das intenções de voto, muito acima dos 19% de Boulos e dos 16% de Nunes.

Entre quem tem mais de 60 anos, Nunes atinge 34%, comparado com 19% de Boulos e 14% de Marçal. Nesse público, a TV ainda é o veículo dominante.

Ao contrário do Datafolha, onde o público evangélico aparece dividido, na Quaest, Marçal domina com 37% das intenções de voto, comparado com 26% de Nunes. Boulos tem muitas dificuldades e pontua apenas 9%. Entre os católicos, Nunes tem 28%, Boulos 20% e Marçal 18%.

A pesquisa Quaest foi contratada pela TV Globo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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