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Boulos diz que filha chorou por fake news de Marçal sobre uso de drogas

Guilherme Boulos (PSOL) durante 1º debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo Imagem: Renato Pizzutto/Band

Do UOL, em São Paulo

20/08/2024 14h13Atualizada em 20/08/2024 18h54

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que a filha chorou ao ouvir provocações de colegas de escola sobre a fake news propagada por Pablo Marçal (PRTB) de que ele seria usuário de drogas.

O que aconteceu

Boulos se emocionou ao comentar o episódio, durante sabatina da CNN nesta terça-feira (20). "Eu sou pai de duas filhas, um cidadão inventa uma história sobre uso de droga. Minha filha chega da escola chorando, porque provocaram ela na escola com isso", disse o psolista ao comentar o episódio em que deu um tapa na carteira de trabalho mostrada por Marçal durante um debate.

O candidato disse que "não tem sangue de barata" ao justificar a reação contra Marçal. "Eu dou aula há mais de 20 anos, chega um cidadão, que ninguém sabe exatamente como vive, de onde vem seu dinheiro, seu sustento, o que você faria no meu lugar? Não é fácil, ninguém tem sangue de barata", declarou. O vídeo com o tapa viralizou nas redes sociais ao ser publicado por Marçal.

Boulos afirmou que não vai "bater palma pra maluco dançar". O psolista voltou a dizer que participará de debates, desde que não resvalem para "baixaria". "Aí você faz uma escolha: ou você vai conversar com o povo de São Paulo, que é o que eu quero, ou você vai bater palma pra maluco dançar, coisa que eu não vou fazer. Quem quer baixaria nessa eleição, não conte comigo."

Em sabatina da Record mais cedo, Boulos declarou que "Marçal veio para ser o bobo da corte, não porque quer ser prefeito de São Paulo". O psolista desistiu de participar do debate da Veja ontem, assim como Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB). Nos bastidores, a decisão foi atribuída ao "descontrole" de Marçal — esse termo foi mencionado por interlocutores das campanhas. Oficialmente, as campanhas afirmam que a ausência foi por incompatibilidade das agendas.

As equipes de campanha afirmam que Marçal tem quebrado as regras definidas pelos organizadores. Eles dizem que têm conversado com os veículos de imprensa para que seja garantido o cumprimento das regras. Reportagem do UOL mostrou também que o empresário recorre a factoides para atacar adversários.

Justiça decidiu que Marçal tem de publicar direitos de resposta a Boulos por associá-lo ao uso de droga. O juiz entendeu que as publicações nas redes sociais do empresário "extrapolam os limites da liberdade de expressão e do debate político".

Elogios a Tabata e críticas a Nunes

Tabata e Datena foram elogiados. Segundo Boulos, a candidata do PSB é uma "boa deputada, comprometida com a educação". Já o apresentador foi definido por ele como uma "boa pessoa". Boulos disse que o que viu de Marina Helena (Novo) foi "espalhar fake news".

Boulos também criticou Nunes e o classificou como alguém que "deixa a desejar" e "não tem coragem". Eles estão empatados tecnicamente nas intenções de voto, segundo último Datafolha.

O psolista disse que à CNN que a atual gestão tem feito "vista grossa" para o crime organizado. Segundo ele, a prefeitura tem permitido o surgimento de milícias e loteamentos clandestinos nas periferias. Uma megaoperação realizada pelo Ministério Público de São Paulo no ínicio de agosto mostrou que uma milícia aliada ao PCC, formada por guardas civis municipais, extorquia comerciantes na região da cracolândia, no centro da cidade.

Boulos negou a acusação do Ministério Público Eleitoral (MPE) de abuso de poder político e econômico. "O atual prefeito Ricard/o Nunes fazia inauguração de placa. Nesses eventos, ele promovia a candidatura dele e me atacava. Em eventos públicos, com dinheiro público. Se há alguém que está usando a máquina aqui em São Paulo, se há algum abuso de poder político e econômico em São Paulo, é o do atual prefeito", disse à CNN.

O MPE pediu a suspensão do registro de candidatura de Boulos, mas a solicitação foi negada pela Justiça Eleitoral. De acordo com o MPE, o psolista usou dois eventos com o presidente Lula (PT) para impulsionar sua pré-candidatura a prefeito, em uma "violação dos limites eleitorais legais das regras de igualdade entre os candidatos".

Propostas e taxas

Na sabatina, Boulos voltou a citar propostas do plano de governo como o Poupatempo da Saúde, aposta para zerar fila de exames e consultas. A promessa de dobrar o número de guardas civis metropolitanos também foi explorada pelo candidato em entrevista.

Ele disse também assumir o compromisso de não aumentar impostos ou criar novas taxas na cidade. A vice de Boulos, Marta Suplicy (PT), perdeu a reeleição em 2004 e ganhou dos adversários o apelido "Martaxa", após criar cobranças para o lixo, por exemplo.

Na CNN, o candidato repetiu a proposta de dobrar o efetivo da GCM. Ele reforçou a promessa de que vai fortalecer as rondas da corporação nas escolas e que vai reduzir o déficit habitacional em São Paulo.

Quando você senta na cadeira de prefeito, você não representa só seu partido, só suas ideias, mas a cidade, mesmo quem não votou em você. É isso que vou fazer como prefeito de São Paulo. Quero ser prefeito para mudar a vida das pessoas, não para fazer briga ideológica, guerra de internet.
Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL

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