Juiz eleitoral nega pedido para suspender registro de candidatura de Boulos
A Justiça Eleitoral negou um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE) para suspender o registro de candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo.
O que aconteceu
Juiz argumentou que suspender a candidatura poderia trazer sérios danos ao processo eleitoral. "A suspensão do registro de candidatura poderá gerar a ausência do nome do candidato na urna eletrônica (...), o que poderá acarretar perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (...), nulidade das eleições para Prefeito e realização de novas eleições", afirmou Antonio Maria Patiño Zorz, juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
Boulos é alvo de investigação por abuso de poder político e econômico. O pedido de suspensão do registro de candidatura foi feito no âmbito desta ação. Segundo o Ministério Público Eleitoral, o psolista usou dois eventos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para impulsionar sua pré-candidatura.
Caso seja condenado, Boulos pode ficar inelegível por oito anos. Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), o MP Eleitoral cita participação do psolista em cerimônia, em 16 de dezembro do ano passado, do início das obras do programa Minha Casa Minha Vida na ocupação Copa do Povo, em Itaquera, na Zona Leste.
MPE diz que participação no evento atrelava a Boulos "imagem de melhor candidato" para as próximas eleições. Segundo o promotor eleitoral Fabiano Augusto Petean, isso aponta para "violação dos limites eleitorais legais das regras de igualdade entre os candidatos". "Apesar de justificar sua participação no local por ocupar o cargo de deputado federal, não evitou a vinculação de seu nome às eleições municipais futuras", diz trecho da argumentação do promotor.
Ação do MPE cita também ato no 1º de maio deste ano. No evento, Lula pediu abertamente votos para Boulos. Na época, candidatos adversários ao psolista, como o prefeito Ricardo Nunes (MDB), ingressaram com representações na Justiça Eleitoral contra ambos. Lula e Boulos foram condenados a pagar multa por propaganda eleitoral antecipada.
UOL procurou a campanha de Boulos. Em resposta, a equipe do candidato reforçou a decisão que negou o pedido de suspensão do registro de candidatura.
Pablo Marçal
MPE pediu suspensão do registro de candidatura de Pablo Marçal. Parecer é em resposta a uma ação movida pelo PSB, de Tabata Amaral. O partido denunciou à Justiça que seguidores de Marçal são remunerados por compartilharem trechos de vídeos do empresário, os chamados cortes, em diversos perfis no Instagram e no TikTok.
Se for condenado, Marçal ficará inelegível por oito anos. A decisão de seguir ou não a recomendação da Promotoria, feita no último sábado, é da Justiça Eleitoral. Até o momento, não há manifestação no processo.
Marçal negou que ele próprio tenha financiado os cortes, apesar das gravações com as falas. "Não há financiamento nenhum por trás disso, nem na pré-campanha nem na campanha. Isso é só uma tentativa desesperada do bloco da esquerda, MDB, PSB, PT e PSOL, de tentar frear quem realmente vai vencer as eleições. Essa manobra só reforça o medo que estão do efeito Marçal, mas eles não vão nos parar", disse ele em nota.
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