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OPINIÃO

Josias: Marçal foi a ato para confraternizar com público, não com Bolsonaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/09/2024 13h19Atualizada em 09/09/2024 14h01

Pablo Marçal (PRTB) ignorou Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia e foi para o ato de 7 de Setembro na avenida Paulista para demonstrar seu prestígio junto ao público conservador, disse o colunista Josias de Souza no UOL News desta segunda-feira (9).

Marçal chegou à manifestação no final, logo após o discurso de Bolsonaro. O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo disse "ter sido barrado" pelo pastor Silas Malafaia, que o teria impedido de subir no trio. Já o ex-presidente repostou um vídeo no qual Marçal é tratado como "traidor", "arregão" e "aproveitador".

Mais de sete em cada dez bolsonaristas que foram à avenida Paulista estão fechados com Marçal. Ele foi para lá para confraternizar com esse público, não com Malafaia e Bolsonaro. Marçal já havia conquistado esse universo do eleitorado antes que Bolsonaro se posicionasse. Marçal obteve os votos bolsonaristas à revelia do Bolsonaro.

Marçal não estava nem um pouco interessado no discurso do Bolsonaro. Foi lá para produzir recortes com esse público que foi à avenida Paulista e gostou da faixa na qual dizia que o lugar dele é na presidência da República. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias ressaltou que Marçal pode levar a pior na troca de críticas com Malafaia, com uma possível perda de votos junto ao cobiçado eleitorado evangélico.

Durante a semana, Marçal não quis confirmar presença e, sempre que indagado sobre o ministro Alexandre de Moraes, dizia 'estar brigando com gente demais'. Claramente, ele cronometrou a chegada [ao ato]. Chegou depois que Bolsonaro havia distribuído todas as caneladas que desejava em Moraes.

Quem tomou as dores em primeiro, lugar foi Malafaia. Agora, o pastor e Marçal estão trocando farpas nas redes sociais, um desancando o outro. Isso pode representar algum risco para Marçal, porque Malafaia cultiva esse eleitorado evangélico. E Marçal quer esses votos. Agora vamos ver se o pastor efetivamente tem alguma influência sobre os evangélicos de São Paulo
Josias de Souza, colunista do UOL

Tales: Vídeo de Bolsonaro mostra desespero; 7 de Setembro foi seu pior cenário

O ato esvaziado foi o pior cenário possível para Jair Bolsonaro, que revelou seu desespero ao compartilhar um vídeo com críticas a Pablo Marçal (PRTB), afirmou o colunista Tales Faria.

O vídeo revela que o eleitor do Bolsonaro já está impactado. Nesse 7 de Setembro, ocorreu o pior cenário para Bolsonaro. Não foi o sucesso de público que eles esperavam. Marçal apareceu e, onde ele era visto, era aplaudido efusivamente, com a multidão ao lado dele. Ele mostrou: 'não sigo Bolsonaro e posso ser mais forte do que ele'.

O conservadorismo não é sinônimo de bolsonarismo. Bolsonaro está sentindo perder essa liderança que tinha sobre o conservadorismo como um todo. Ainda tem sobre uma parcela do bolsonarismo, mas outras duas estão lhe escapando por entre os dedos: uma, indo para Marçal; outra, para Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo]. Tales Faria, colunista do UOL

Madeleine: Marçal subir no trio elétrico do 7 de Setembro seria humilhação para Nunes

Ricardo Nunes (MDB) teria sofrido uma humilhação se visse seu apoiador Jair Bolsonaro ao lado de Pablo Marçal (PRTB) em cima do trio durante a manifestação de 7 de Setembro na avenida Paulista, afirmou a comentarista Madeleine Lacsko.

Não dava para deixar Marçal subir [no trio]. Seria muita humilhação para Nunes. O pessoal do Marçal estava desde cedinho na Paulista, agitando e dizendo 'faz o M'.

Marçal roubou o bolsonarismo de Bolsonaro. Isso não tem volta. Bolsonaro está desesperado e fez isso com o vídeo do 'traidor'. Ele colocou a pecha de traidor e conseguiu na Joice Hasselmann e no Alexandre Frota. No resto, não conseguiu mais: tentou colar no [Sergio] Moro, no [Gustavo] Bebianno, no [general] Santos Cruz... Ninguém presta, só ele é o santo. Madeleine Lacsko, comentarista do UOL News

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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