Marçal, Tabata, Datena: quem apoia quem no 2º turno em São Paulo?
Os candidatos a prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) precisarão avançar no eleitorado dos adversários para ampliar as chances de vitória no segundo turno.
Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo) e Datena (PSDB) já declararam como irão se posicionar. Marçal (PRTB) segue condicionando apoio a Nunes a um pedido de desculpas.
O que aconteceu
Apoios podem ser essenciais para definir vencedor da disputa. Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) passaram para o segundo turno em uma disputa acirrada, em que a diferença entre os dois foi de apenas 25 mil votos. O emedebista teve 29,48% dos votos válidos (1.801.139 votos) contra 29,07% do psolista (1.776.127 votos).
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Os outros quatro candidatos mais bem votados somaram 2.521.382 votos, ainda a serem disputados por Nunes e Boulos. Pablo Marçal (PRTB) tem a maior parte: o influencer, que ficou em terceiro lugar, recebeu 1.719.274 votos (o equivalente a 28,14%).
Marçal mudou de ideia sobre apoio a Nunes. Após o resultado do primeiro turno, ele disse a jornalistas que apoiaria o prefeito se houvesse o compromisso de assumir algumas de suas propostas.
Em evento na terça (8), empresário disse que quer pedido de desculpas. "Ralem para conquistar esses votos. Eu duvido que eles tenham a humildade de reconhecer a m* que fizeram", declarou. "A consideração [de um apoio a Nunes] está condicionada a [uma retratação de] Malafaia, Bolsonaro, Eduardo, Tarcísio e ele [Nunes]."
Marçal deu prazo até a próxima segunda-feira (14) para que os cinco façam o pedido de desculpas. Caso não, ameaçou fazer uma "campanha que vocês não vão gostar". "Eu prefiro perder em pé do que ganhar de quatro. Não vou afinar pra esses caras. Se não tiver humildade pra reconhecer os erros, esses caras ganhando vão atropelar vocês."
Mudança de rota acontece após receber críticas de todos os citados. Segundo a colunista do UOL Raquel Landim, Nunes disse que dispensa o apoio de Marçal. "Quero esse sujeito bem longe de mim", disse o candidato à reeleição a aliados.
Tabata Amaral (PSB) declarou voto em Boulos ainda no domingo (6), logo depois da divulgação do resultado do primeiro turno. Apesar do apoio, a deputada federal disse que não subirá ao palanque do candidato. "É um voto por convicção, não é um voto negociado", afirmou a parlamentar em declaração a jornalistas.
Boulos agradeceu o apoio e disse ainda que não entrou em contato com ninguém do PSB para discutir segundo turno. "Vou buscar fazer esse diálogo respeitando a decisão dela. As formas como ela vai apoiar vai depender da forma que ela se sinta mais confortável", disse o psolista em entrevista nesta segunda-feira (7).
Tabata ficou em quarto lugar e teve 605.552 votos na capital paulista. Ela encerrou a disputa com 9,91% dos votos válidos. A campanha de Boulos conta com esses votos como parte da estratégia para vencer a disputa. O psolista busca uma virada contra Nunes, que terminou o primeiro turno na liderança.
Marina Helena (Novo) anunciou que vai apoiar Nunes. "Ricardo, eu te desejo que faça o melhor trabalho possível", declarou a candidata em evento com o prefeito nesta segunda. Ela ficou em 6º lugar na eleição, com 84.212 votos (o equivalente a 1,38%).
Nunes disse que o apoio é "super-importante", chamou o segundo turno de "grande batalha" e disse que vão "arrasar" no dia 27. "Nossa cidade não aceita extremismo, desordem e desrespeito", afirmou o prefeito, que concorre à reeleição. O Novo, partido de Marina Helena, também declarou apoio a Nunes.
Já José Luiz Datena (PSDB) afirmou que não vai apoiar ninguém. O apresentador, que terminou o primeiro turno em 5º lugar, com 112.344 votos (1,84% dos votos válidos), justificou que o percentual dele não faria diferença para nenhum dos candidatos.