PSDB escolhe Nunes 'contra o lulopetismo'; Datena diz que não apoia ninguém
O PSDB disse rejeitar os extremos e recomendou o voto em Ricardo Nunes (MDB) para o segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo. José Luiz Datena, candidato derrotado pelo partido, afirmou mais cedo que não apoiará ninguém.
O que aconteceu
"Contra o lulopetismo", declarou o partido, em nota, ao justificar o apoio a Nunes. "O PSDB rejeita os extremos e a radicalização. Em São Paulo, o partido recomendará o voto em Ricardo Nunes, do MDB, no segundo turno, contra o lulopetismo por uma questão de coerência ideológica histórica. Somos a favor de um país com equilíbrio, com justiça social, com equidade, que respeite a liberdade e a democracia."
Nota foi assinada pelo presidente do partido e por Aécio Neves. Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, e Aécio, presidente do ITV nacional e rival histórico do presidente Lula (PT), assinam a nota oficial divulgada na noite deste domingo.
Posição da sigla ocorreu após a oficialização do resultado. O candidato Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfrentará Nunes no segundo turno. Com 99,88% das urnas apuradas, às 21h20, o mdbista contabilizava 29,48% (ou 1.799.134) dos votos. Já o psolista tinha 29,07% (ou 1.773.968) dos votos. Pablo Marçal (PRTB) somava 28,14% (ou 1.718.669) dos votos.
Datena havia afirmado mais cedo que não pretende apoiar ninguém no segundo turno. Ele voltou a criticar o candidato Pablo Marçal (PRTB). "Eu avisei. O episódio que aconteceu comigo [quando o apresentador agrediu o ex-coach] foi na realidade uma reação minha a ataques brutais que eu não vi outra forma de reagir", disse ele. "Tentei impedir que chegasse a esse ponto", acrescentou. Apresentador disse ao UOL que não pretende se arriscar na política outra vez.
Nunes é sucessor de Bruno Covas (prefeito tucano que morreu em 2021). O PSDB tem candidatos à Prefeitura de São Paulo desde antes de existir. Em 1985, Fernando Henrique Cardoso disputou o cargo pelo PMDB. Três anos depois, foi um dos fundadores do PSDB, que desde então teve representantes em todas as disputas — e venceu com José Serra (2004), João Doria (2016) e Bruno Covas (2020).
O partido enfrenta uma crise há mais de uma década, que se agravou nos últimos anos — com desavenças e embates internos. Tradicionalmente com quadros de projeção nacional, nas eleições de 2022, os tucanos tiveram o pior resultado de sua história — fora da corrida presidencial, perderam o governo de São Paulo, não elegeram senador e a bancada da Câmara foi reduzida à metade.
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