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Após incidente com tampa de contenção, captura de petróleo cai 38% no golfo do México

Imagem divulgada pela BP mostra o vazamento do óleo após a retirada de tampa; veja mais - BP/AP
Imagem divulgada pela BP mostra o vazamento do óleo após a retirada de tampa; veja mais Imagem: BP/AP

Do UOL Notícias* <br> Em São Paulo

24/06/2010 12h51

A BP (antiga British Petroleum) afirmou nesta quinta-feira (24) que os dois sistemas implantados pela empresa no golfo do México capturaram ou queimaram o equivalente a 16.830 barris ontem, uma diminuição de 38% no valor recorde de 27.100 barris capturado na terça-feira.

A redução reflete a parada de 10 horas em um dos sistemas de captura ontem: a tampa de contenção apresentou problemas e teve que ser arrumada.

A empresa foi obrigada a retirar um dos amortecedores do sino de contenção depois que um robô submarino da BP colidiu acidentalmente com o sistema de ventilação.

Em comunicado enviado hoje à Bolsa de Londres, a BP indicou que o sino metálico "foi reinstalado de forma satisfatória".

De acordo com a Guarda Costeira norte-americana, o acidente com o robô provocou um aumento do gás que passa através da ventilação e evitava a formação de cristais de gelo no sistema.

Segundo Bob Dudley, porta-voz da BP, os técnicos tomaram a decisão certa ao remover a tampa de contenção, porque o problema poderia significar um risco para a segurança do sistema.

Durante as 10 horas que os técnicos trabalharam para tentar resolver o problema, o petróleo jorrou sem controle pelo golfo do México. Segundo informações, 394 mil litros de óleo vazaram por hora, enquanto a tampa estava fora do local.

Popularidade de Obama afetada

De acordo com uma nova pesquisa divulgada, o vazamento de óleo no golfo do México já afetou a popularidade do presidente dos EUA, Barack Obama. Pela primeira vez, a reprovação ao governo dele superou a aprovação. A aprovação geral a Obama caiu de 50% na pesquisa de maio para 45% neste mês. O índice de reprovação a ele saltou para 48%, superando pela primeira vez o nível de aprovação.

A temporada de furacões já começou na região do golfo do México, e mudanças no tempo podem afetar os esforços de recuperação da BP, dificultando ainda mais a coleta do petróleo. O Centro Nacional de Furacões dos EUA disse que uma onda tropical ao sul de Cuba tem 30% de chances de se tornar um ciclone tropical nos próximos dois dias.

O instituto privado de meteorologia WSI afirmou que a atual temporada de furacões no Atlântico será ainda mais ativa do que se temia em maio, e acrescentou mais duas tempestades e um furacão à sua estimativa anterior.

Enquanto isso, uma nova ação judicial foi aberta contra a BP por um fundo de pensão dos EUA afetado pela drástica desvalorização das ações da empresa britânica por causa do vazamento, que já dura dois meses e é o pior desse tipo na história norte-americana.

Nas últimas semanas, o acidente passou a ser prioridade na agitada agenda doméstica de Obama, e uma pesquisa Wall Street Journal/NBC News concluiu que metade dos entrevistados reprova a forma como o presidente está lidando com a crise.

O governo pediu ao juiz Martin Feldman, de Nova Orleans, que suspenda a liminar que concedeu a empresas petrolíferas, cancelando a moratória de seis meses na perfuração petrolífera em águas profundas - decisão que havia sido tomada pelo governo após o acidente.

O juiz havia considerado que a proibição era abrangente demais e não se justificava nem com o atual vazamento. O Departamento de Justiça alegou que a moratória afeta apenas um terço das perfurações ativas no Golfo do México, e que o dano causado por um eventual novo vazamento seria muito superior aos interesses envolvidos na atividade.

*Com agências internacionais