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Trabalhos de separação do petróleo da água no golfo do México são "inconclusivos"

"The Whale" ("A Baleia") ancorado no rio Mississippi, na semana passada; <b>VEJA MAIS FOTOS</b> - Sean Gardner/Reuters
"The Whale" ("A Baleia") ancorado no rio Mississippi, na semana passada; <b>VEJA MAIS FOTOS</b> Imagem: Sean Gardner/Reuters

Do UOL Notícias* <br> Em São Paulo

05/07/2010 14h35

Testes sobre a eficácia do trabalho de limpeza do “The Whale” (“A Baleia”), navio gigante que captura e separa o petróleo da água no golfo do México, são inconclusivos, afirmou nesta segunda-feira (5) Bob Grantham, porta-voz da empresa taiwanesa TMT Group, responsável pela embarcação. O “The Whale” absorve água poluída, separa o petróleo da água e expele novamente a água limpa.

Grantham disse que o mar agitado durante o período de testes, que durou 48 horas, tornou mais difícil determinar o resultado dos trabalhos da embarcação, mas com o mar mais tranquilo nos próximos dias vai permitir novos testes.

Durante esse novo período, a TMT vai trabalhar em parceria com a Guarda Costeira norte-americana “para fazer ajustes operacionais e tecnológicos que visam melhorar a eficácia do trabalho no golfo do México”, afirmou o porta-voz.

O “The Whale” passou a última semana tentando separar o petróleo da água do mar em uma área de 64,7 km² ao norte do local do vazamento no golfo do México.

Caso os novos testes sejam bem sucedidos, o navio pode desempenhar um papel chave nos esforços de limpeza promovidos pela BP.

O “The Whale”, uma embarcação do tipo cisterna, tem 275 metros de extensão e pode recuperar até 500 mil barris de óleo por dia (cerca de 80 milhões de litros).

Custo

Hoje a BP anunciou que os esforços de limpeza no golfo do México já custaram US$ 3,12 bilhões, uma fatura em alta de US$ 500 milhões em relação à semana passada.

Ontem, os dois sistemas instalados para recuperar o petróleo vazado permitiram recolher 25.198 barris de petróleo, ou seja, um total de 585.400 barris recuperados assim desde o início do vazamento, segundo o comunicado da BP.

A limpeza do petróleo foi retomada em algumas parte do golfo do México, apesar de alguns barcos não terem condições de navegar por causa das fortes ondas, o que dificulta os esforços para conter o pior desastre ambiental da história americana.

Nesta quarta-feira (7) outro navio, o "Hélix Producer", começará as tarefas de contenção. Funcionários afirmaram que graças a este navio terão uma melhor estimativa do fluxo atual de petróleo, "apenas pelo aspecto do petróleo que sai pelo tampão", disse o almirante Thad Allen, responsável pela limpeza indicado pelo governo norte-americano.

O poço da BP continua vazando entre 30 mil e 60 mil barris de óleo por dia desde que a plataforma "Deepwater Horizon", operada pela BP afundou no dia 22 de abril.

Estima-se que entre 1,6 a 3,6 milhões de barris de petróleo vazaram no golfo do México desde o acidente.

De acordo com estas cifras, o desastre é de maior magnitude que o vazamento de Ixtoc, em 1979, que derramou em torno de 3,3 milhões de barris no golfo do México.

O único antecedente mais grave é o vazamento intencional de petróleo pelas tropas iraquianas no Kuwait durante a guerra do Golfo em 1991, que derramou de seis a oito milhões de barris de petróleo.

*Com agências internacionais