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Manifestantes seguem na praça Tahrir, mesmo após diálogo com governo

Do UOL Notícias*<br>Em São Paulo

07/02/2011 06h07Atualizada em 07/02/2011 11h35

Enquanto milhares de opositores do governo permanecem na praça Tahrir, no centro de Cairo, o gabinete do presidente Hosni Mubarak - que na semana passada sofreu mudanças - realiza nesta segunda-feira (07) a primeira reunião ministerial desde o início dos protestos, há 14 dias.

Os manifestantes seguem exigindo a renúncia imediata do presidente Hosni Mubarak, mesmo após os diálogos de líderes do governo com a oposição no domingo (06). Não foram registrados casos de violência nesta segunda na praça, embora um ataque com foguetes a uma base das forças de segurança do Egito, na cidade de Rafah, na península do Sinai, tenha ferido um oficial.

No domingo, o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, e representantes da oposição decidiram realizar reformas constitucionais e colocar fim à Lei de Emergência, vigente no país desde 1981, informou a televisão estatal. Segundo o porta-voz do governo, Magdi Radi, as mudanças devem acontecer antes da primeira semana de março.

O representante do governo e os líderes da oposição se encontraram pela primeira vez desde o inicio das manifestações contra o presidente Hosni Mubarak, há 14 dias, para tentar estabelecer uma nova etapa de diálogo e tentar, dessa forma, cessar os protestos.

Segundo a agência de notícias AFP,  líderes da oposição teriam pedido que Suleiman assumisse os poderes do presidente Mubarak, de acordo com informações de um dos participantes da reunião, o que foi negado por ele. "Pedimos que o presidente delegue a ele seus poderes, de acordo com as prerrogativas que lhe concedem o artigo 139 (da Constituição), mas rejeitou", declarou a fonte, que preferiu não ter o nome divulgado, à AFP.

Em entrevista neste domingo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou que deseja uma transição "ordenada e significativa" no Egito, que dê um passo rumo a um "governo representativo", e afirmou que o país "não voltará a ser o que era", acrescentando que o momento para mudança é agora.


O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Shafiq, disse no domingo à rede de televisão "CNN" que o presidente Hosni Mubarak permanecerá no poder até setembro, quando devem ser realizadas eleições no país.

"Aqui no Egito insistimos na continuidade de seu mandato até o final de setembro. Acho que realmente necessitamos de sua presença", acrescentou o primeiro-ministro, ao destacar que se Mubarak seguir à frente do país até setembro será muito mais fácil completar a missão que têm em mãos.

Já o líder opositor Mohhammed ElBaradei voltou a reforçar que negociações para um novo governo só podem ser feitas após a saída de Mubarak. “É claro que ele não precisa abandonar o país. Ele é um egípcio e tem o direito de viver em seu país”, finalizou.

*Com agências internacionais