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Última edição de tabloide inglês vende 4,5 milhões e chega perto de recorde

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

11/07/2011 09h57

A tão anunciada última publicação do tabloide "News of the World", mesmo mergulhado em denúncias envolvendo escutas ilegais, chegou perto de bater um novo recorde de vendas neste domingo. Foram 4,5 milhões de cópias vendidas, encerrando, pelo menos até agora, uma história de 168 anos.

O número foi divulgado pelo jornal britânico "The Guardian", mas não foi confirmado pela publicação.

O recorde de vendas do jornal foi em fevereiro de 1998, quando foram vendidas 4.543.457 cópias em um domingo.

Nesta segunda-feira, o vice-primeiro-ministro britânico Nick Clegg pediu que Rupert Murdoch, dono do tabloide, repensasse sobre a oferta de US$ 12 bilhões feita pela News Corporation para adquirir a British Sky Broadcasting, uma das empresas mais lucrativas do Reino Unido.

Clegg fez essas declarações após anunciar que o titular de Cultura, Jeremy Hunt, pedirá a Ofcom, organismo regulador do setor das telecomunicações, assessoria sobre a oferta da News Corporation pelo canal.

"Rupert Murdoch está agora em Londres tentando resolver as coisas. O que posso dizer é: 'olhe como o povo se sente com isso, olhe como o país reagiu com repugnância destas revelações", acrescentou o vice-primeiro-ministro.

Clegg falou com a imprensa após se reunir nesta segunda-feira com a família de Milly Dowler, a menina assassinada, cujo celular foi grampeado pelo jornal depois que desapareceu em 2002.

O político liberal democrata disse que é necessário contar com uma investigação judicial sobre o escândalo porque há uma dívida com a família de Milly Dowler e outras vítimas das escutas.

O advogado da família de Dowler criticou nesta segunda-feira o magnata Rupert Murdoch por não ter pedido desculpas aos familiares.

"Até agora ele não se desculpou", disse o advogado Mark Lewis, embora o editorial da última edição do jornal tenha pedido desculpas aos leitores e investidores do jornal. Para Lewis, o pedido deveria partir de Murdoch.

"Nós valorizamos os altos padrões, nós pedimos alto padrão mas, como nós infelizmente sabemos, a partir de 2006, alguns dos que trabalharam para o jornal passaram longe desses padrões", diz um trecho do editorial.

Ainda de acordo com o advogado, a ex-editora do jornal e editora-executiva da publicação, Rebekah Brooks, deveria assumir a responsabilidade pelas escutas ilegais.

"Ela deveria fazer a coisa certa. Ela era a editora na época em que Milly [Dowler, adolescente que foi sequestrada e depois assassinada em Londres] desapareceu. Ela deveria assumir a responsabilidade editorial do caso", disse.

Por enquanto, Brooks deve ser mantida no cargo de chefe-executiva da News Corporation, embora muito peçam que ela seja desligada da empresa. Nos próximos dias, ela deve ser ouvida pela política para falar sobre os grampos ilegais.

No entanto, a Scotland Yard, que investiga o caso, não informou se ela será ouvida na condição de testemunha ou acusada. Ao todo, nove jornalistas e três policiais, que teriam recebido propina de jornalistas, podem ser presos.

*Com agências internacionais