Brasil deverá disponibilizar equipes e aeronaves para resgate de reféns das Farc
O governo brasileiro deverá colaborar para a libertação de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) com dois helicópteros e um avião para o transporte de equipes. Aproximadamente duas dezenas de brasileiros devem participar da missão, que ainda não tem data marcada.
A participação brasileira não envolve a liberação de recursos para a Colômbia, ficando concentrada na logística do resgate. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) também estará envolvido no processo. As aeronaves usadas pelas equipes brasileiras receberão adesivos com o símbolo do CICV na parte externa, para identificação. A colaboração com o governo colombiano é tratada pelo Ministério das Relações Exteriores como uma questão humanitária.
Quando a burocracia dos dois países definirem os detalhes da operação, a equipe brasileira deverá se deslocar para a região de fronteira com a Colômbia, no Estado do Amazonas, onde ficará de prontidão, até o início do resgate.
As Farc anunciaram no último domingo a disposição em libertar dez integrantes das forças de segurança da Colômbia. Os reféns foram capturados em ataques ou assaltos cometidos no final da década de 90, em várias regiões do país. O grupo afirmou ainda que vai abandonar a tática de realizar sequestros para exigir pagamentos de resgates.
O anúncio foi feito três meses depois de as Farc matarem quatro reféns, mantidos por mais de 12 anos, gerando grandes protestos contra o grupo em várias partes da Colômbia.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reagiu ao comunicado, classificando a promessa como “insuficiente”. “É um passo importante e necessário, mas não é o suficiente”, disse ele. "O governo dará as garantias imediatas [para que isso ocorra]” , acrescentou, dizendo que o processo não se transformará em um show midiático.
Farc anunciam fim de sequestros e libertação de reféns
A mensagem de Santos foi enviada pela rede social Twitter. "Nós apreciamos o anúncio das Farc de renunciar aos sequestros como um passo importante e necessário, eles estão na direção certa", afirmou. "Estamos felizes por eles, pois os dez reféns serão liberados e encontrarão suas famílias.”
O governo dos Estados Unidos considerou o anúncio “um passo importante e necessário”, mas fez uma ressalva, ao dizer que a libertação dos reféns só poderá ser comemorada quando for colocada em prática.
A ex-senadora Ingrid Betancourt, que passou mais de seis anos em poder da guerrilha até ser libertada em 2008, disse ter recebido “com esperança e reservas” o anúncio do fim dos sequestros por dinheiro. Em mensagem divulgada pela agência EFE, a ex-candidata à presidência da Colômbia diz que as Farc ainda precisam demonstrar um interesse “sério e sincero pela paz”. (Com Agência Brasil e agências internacionais)
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