Viúva argentina instala cama, rádio e internet em mausoléu para passar os dias ao lado do marido morto
Uma viúva de 43 anos decidiu fazer visitas inusitadas à sepultura do marido. Durante vários dias ao ano, ela fica no mausoléu construído no cemitério do município de Dos de Mayo, na província de Missões, na Argentina. E, para ter um pouco mais de conforto, equipou o local com uma cama, rádio, internet, além de ter improvisado uma pequena cozinha.
Depois de receber reclamações de vizinhos (que estariam incomodados com a música alta), a polícia verificou que Adriana Villarreal havia renovado o lugar onde fica o caixão do marido. O chefe da polícia do município, Gustavo Braganza, contou que a mulher atendeu os policiais vestindo um pijama.
O marido de Adriana morreu em 2010, aos 28 anos. A morte ocorreu em circunstâncias não esclarecidas. Há suspeitas de que ele teria sido atingido por um tiro ao jogar “roleta russa”.
Quando o marido morreu, a mulher estava passando uma temporada no México: “As coisas acontecem porque Deus quer. A família dele também não quis investigar”, limitou-se a dizer.
Segundo Braganza, no dia do velório do marido a mulher organizou uma caravana com bozinaço, bebidas e rojões.
Ao site “Misiones Online”, a viúva afirmou não ter medo de dormir ao lado do caixão do marido porque, segundo ela, “deve se ter medo dos vivos”. “Quando se ama muito um homem, é possível fazer esse tipo de coisa. Meu marido merece isso e muito mais, era uma pessoa muito boa. Tudo o que eu puder fazer por ele é pouco”, afirmou.
A “casa” que serve como mausoléu foi construída com dinheiro deixado pelo marido – ele economizava para construir sua casa e a viúva diz que “não quis gastar os recursos com outra coisa, para cumprir o desejo do marido”.
Adriana, que mora em Buenos Aires, diz que fica no mausoléu quando viaja a Dos de Mayo por não ter dinheiro para ficar em um hotel muito tempo. Segundo ela, seus sogros moram no município e ela os visita quando viaja para Dos de Mayo para ficar com o marido morto.
À polícia, a mulher disse que vai ao cemitério três vezes ao ano e passa três ou quatro noites no mausoléu.
“Não sou profissional no assunto, mas alguém que dorme ao lado de um cadáver não deve estar muito bem”, disse.
(Com AFP)
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