EUA: Clinton nomeia Obama como candidato à reeleição para "manter vivo o sonho americano"
O ex-presidente americano Bill Clinton, 66, nomeou formalmente, na noite desta quarta-feira (5), o presidente dos EUA, Barack Obama, candidato do Partido Democrata à reeleição para as eleições presidenciais de 6 de novembro. A nomeação aconteceu neste segundo dia da Convenção Nacional Democrata, em Charlotte, no estado americano da Carolina do Norte.
Segundo Clinton, Obama deve ser reeleito para "manter vivo o sonho americano", fortalecer a classe média e garantir oportunidades para os jovens imigrantes.
"Quero nomear um homem frio por fora, mas que arde pelos EUA por dentro; um homem que acredita que podemos construir uma nova economia para o sonho americano, guiada pela inovação e pela criatividade, a educação e a cooperação", disse Clinton, que goza de grande popularidade nos Estados Unidos.
Após nomear formalmente Obama como candidato democrata à reeleição, Clinton o definiu como "um homem que deteve a queda na depressão e pôs o país no longo caminho à recuperação".
"O presidente Obama começou com uma economia muito mais débil que eu", disse Clinton, que governou durante o período mais longo de prosperidade econômica na história americana (1993-2001).
"Nenhum presidente, nem eu nem nenhum dos meus antecessores, poderia ter reparado todo o dano em apenas quatro anos”, disse Clinton, numa referência, segundo ele, ao fato de que Obama " herdou uma economia profundamente deteriorada, impediu sua queda e iniciou o longo caminho da recuperação, estabelecendo as bases para uma economia mais moderna, mais equilibrada, que produzirá milhões de novos empregos, de novas empresas dinâmicas e muito mais riqueza".
Na defesa de Obama, Clinton também se referiu à ordem executiva pela qual Obama freou a deportação de 30 mil estudantes imigrantes ilegais.
"Se acham que o presidente fez bem em abrir as portas da oportunidade americana aos imigrantes jovens que chegaram aqui como crianças, que querem ir à universidade ou servir no Exército, deveriam votar em Barack Obama".
Em seu discurso, o ex-presidente também atacou o adversário de Obama, Mitt Romney. Segundo Clinton, o plano econômico de Romney, cujos US$ 5 trilhões em cortes de impostos ao longo de dez anos, "aumentam o buraco da dívida antes inclusive que comece a diminuir".
A primeira-dama, Michelle Obama, e o vice-presidente, Joe Biden, foi elogiados por Clinton em sua fala.
Após seu discurso, Obama se uniu a Clinton e ambos apareceram juntos no palco da Time Warner Arena de Charlotte,onde acontece a convenção democrata até esta quinta-feira (6).
Os dois políticos se abraçaram e Obama aplaudiu Clinton por seu discurso.
“Pesadelo” dos imigrantes
Representante do estado de Illinois e primeiro orador deste segundo dia da convenção democrata, o congressista americano Luis Gutiérrez se concentrou no tema imigração para atacar o adversário de Obama, Mitt Romney, numa estratégia que visa o eleitorado hispânico.
Nas palavras de Gutiérrez, a eleição de Romney será “um pesadelo” para os imigrantes ilegais.
"Obama é o presidente que está protegendo os imigrantes", advertiu o congressista, segundo ele, aos "sonhadores" --como são chamados os estudantes ilegais--, os quais terão seus sonhos destruídos por Mitt Romney, que os converterá em "pesadelos".
"Agora, os Estados Unidos enfrentam uma decisão clara e crua: o futuro de mais de um milhão de pessoas será decidido nesta eleição.
Não podemos permitir que o futuro desta gente seja negado", disse Gutiérrez, ao contar o caso de uma estudante da Carolina d Norte beneficiada pela recente decisão do presidente Barack Obama de suspender temporariamente as deportações de estudantes ilegais.
"Mitt Romney quer mandá-los de volta. Esta eleição vai determinar se os melhores estudantes de nossas escolas superiores, capitães de equipes de futebol e presidentes de grêmios estudantis serão tratados com respeito ou se vão receber tratamento de suspeitos e delinquentes", disse Gutiérrez.
Romney tem se manifestado abertamente contra o "Dream Act" --conjunto de medidas para as leis de imigração-- que beneficia estudantes ilegais ameaçados de deportação.
Um dos destaques deste segundo dia de convenção democrata foi a participação de
Benita Veliz, uma imigrante mexicana ilegal de 27 anos que vive e estudou nos Estados Unidos.
Ela subiu ao palco após o discurso de Gutiérrez, e disse que Obama “vai lutar pela reforma migratória e espero que possa aprovar o Dream Act".
(Com agências internacionais)
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