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Solução para crise nos países árabes só pode ser encontrada por eles, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff chega na madrugada desta terça-feira (2), em Lima, no Peru. Dilma passa o dia na capital peruana, onde participa da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul?Países Árabes (Aspa). É o primeiro encontro entre líderes das duas regiões desde o início da chamada Primavera Árabe - Divulgação
A presidente Dilma Rousseff chega na madrugada desta terça-feira (2), em Lima, no Peru. Dilma passa o dia na capital peruana, onde participa da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul?Países Árabes (Aspa). É o primeiro encontro entre líderes das duas regiões desde o início da chamada Primavera Árabe Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

02/10/2012 12h58

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (2) que a solução para problemas de países árabes "só pode ser encontrada por eles" e defendeu o diálogo como melhor caminho para resolver os conflitos. Dilma foi a primeira chefe de Estado a discursar na 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul–Países Árabes (Aspa), em Lima, no Peru.

Assim como fez na abertura da 67ª Assembleia da ONU, na semana passada, em Nova York, Dilma voltou a dizer que o Brasil apoia uma "uma solução negociada, do nosso ponto de vista, a única solução possível", para a crise na Síria, e reconhece responsabilidades na onda de violência tanto por parte "do governo de Damasco quanto dos rebeldes".

Dilma afirmou ainda, que o Brasil condena a crescente retórica a favor de ação militar unilateral ao Irã, pois tal ato pode trazer graves consequências à humanidade. 

Ao falar de economia, a presidente defendeu a ampliação das parcerias entre os países sul-americanos e árabes como forma de reagir aos impactos da crise econômica internacional.

Dilma reiterou as críticas ao protecionismo dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, que atinge a economia das nações em desenvolvimento. Ela também reclamou do que chamou de exportação da crise para o mundo.

“Os efeitos da crise econômica se propagam”, disse a presidente. “Um protecionismo disfarçado se impõe”, acrescentou, apelando aos presentes: “precisamos desenvolver nossa cooperação com bases solidárias”.

Dilma condenou os países desenvolvidos que sofrem de maneira mais intensa os efeitos da crise econômica internacional e que adotaram planos de austeridade na tentativa de conter os impactos e pagar as dívidas. Para a presidente, essas medidas não são a solução para o que chamou de “desemprego galopante”, que afeta principalmente os países da zona do euro.

A presidente ainda reclamou dos países que desvalorizam suas moedas de forma artificial atrapalhando o comércio internacional, e disse que uma das soluções é a parceria entre sul-americanos e árabes. Dilma lembrou que o comércio entre as duas regiões registrou aumento nos últimos anos e que, em 2011, envolveu US$ 27,5 bilhões.

“O futuro das nossas regiões depende da cooperação, educação e ciência”, ressaltou a presidente, informando que essas parcerias levarão ao aumento da segurança alimentar e energética entre os países. “Não podemos nos conformar com o papel de meros exportadores de commodities, em um mundo cada vez mais interdependente.”

Também estão presentes à cúpula os presidentes Juan Manuel Santos (Colômbia), que amanhã (3) vai se submeter a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno na próstata, Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia), que usaram camisas e paletós tradicionais de seus povos, além de José Pepe Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina). (Com agências)