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Com vitória apertada na Flórida, Obama ganha em 26 Estados e na capital; Romney vence em 24

A primeira-dama Michele Obama e o presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama - Jewel Samad/AFP Photo
A primeira-dama Michele Obama e o presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama Imagem: Jewel Samad/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

07/11/2012 09h31Atualizada em 07/11/2012 11h28

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, venceu o adversário Mitt Romney por pouco mais de meio ponto percentual na votação da Flórida, último Estado a divulgar o total da apuração da eleição presidencial.

Com o resultado, Obama sai vencedor das eleições em 26 Estados mais a capital federal, Washington D.C., enquanto Romney venceu em 24. Sem contar a Flórida, o democrata contabiliza 303 delegados, contra 206 de Romney. 

Com 97% das urnas apuradas, a Divisão Eleitoral do Departamento de Estado da Flórida aponta a vitória de Obama, segundo a agência Efe.

Segundo os dados da Divisão Eleitoral foram contabilizados os 8.344.369 votos apresentados, de um total de 11.934.446 eleitores que estavam registrados para votar, o que representa uma participação de 69,92%. 

Do total, 4.083.435 votos foram para o candidato republicano, o que significa 49,29% do total; enquanto 4.129.499 apostaram em Obama, o que representa 49,85%. 

A agência AFP aponta resultado final de 59.015.398 votos para Obama em todo o país, contra 56.732.246 votos para Romney, ainda sem incluir os votos do Estado da Flórida.

Na Flórida, onde estão em jogo 29 votos no colégio eleitoral, a apuração dos votos populares dá assim uma mínima vantagem a Obama, embora suficiente para não ter de proceder a uma segunda apuração, já que a legislação estadual estabelece esse recurso para os casos em que a margem é menor do que meio ponto percentual.

Os republicanos venceram na Flórida durante as seis últimas eleições presidenciais e nesta campanha ambos os candidatos deram uma grande atenção ao Estado, que já se previa que seria decisivo para o resultado eleitoral, já que era o maior dos chamados estados "indecisos", aqueles onde o empate entre ambos fazia difícil prever quem seria o ganhador.

No entanto, o fato de que Obama se impôs com mais folga em outros Estados com esse perfil fez com que não fosse necessário esperar ao resultado da Flórida para que o atual presidente americano pudesse cantar vitória. 

Em seu discurso de vitória na madrugada desta terça-feira, o presidente eleito Barack Obama agradeceu o voto dos eleitores e declarou que está mais esperançoso hoje do que quando entrou no governo, há quatro anos. “Quero agradecer a todos os americanos que participam desta eleição. Nesta noite, vocês nos lembraram que, embora a estrada tenha sido difícil, fizemos nosso trabalho”, afirmou.

Propostas

A saúde da economia norte-americana foi central na campanha pela Casa Branca. Tanto Barack Obama quanto Mitt Romney tentaram convencer os eleitores de que têm um plano para estimular o crescimento rápido e a criação de empregos. A economia tem apresentado dificuldades para romper o ritmo de crescimento anual para acima de 2% desde a recessão de 2007-2009, e o desemprego permanece alto, em 7,9%.

Cerca de 23 milhões de norte-americanos estão desempregados, trabalhando apenas meio período, embora buscando um trabalho de período integral, ou querem um emprego, mas desistiram de procurar por um.

Obama diz que seu plano para os empregos fortalecerá a indústria norte-americana, estimulará os pequenos negócios, melhorará a qualidade da educação e tornará o país menos dependente do petróleo estrangeiro. Ele prevê a criação de 1 milhão de empregos novos na indústria até 2016 e mais de 600 mil empregos no setor de gás natural, assim como a contratação de 100 mil professores de ciências e matemática.

 

O conserto e a substituição de estradas, pontes, passarelas e escolas antigas são parte desse plano para colocar os norte-americanos de volta no trabalho. Metade do dinheiro economizado com o término das guerras no Iraque e no Afeganistão será usada para financiar projetos de infraestrutura.

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Na questão da habitação, Obama tem promovido ações para ajudar os mutuários em dificuldades a refinanciar e a receber taxas de juros mais baixas, mas as iniciativas têm ficado muito aquém do mercado originalmente previsto. Ele tem brigado com o regulador independente das companhias Fannie Mae e Freddie Mac, controladas pelo governo, Edward DeMarco, tentando convencê-lo a permitir que essas empresas de crédito imobiliário reduzam o principal para mutuários que devem mais do que suas casas valem. É improvável que ocorra uma resolução rápida para o impasse depois da eleição.

Democratas e republicanos concordam que a mão pesada do governo no mercado hipotecário deve ser reduzida, mas nenhum dos candidatos apresentou um plano de como fazer isso.

Sobre o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), é de se esperar que Obama proponha um terceiro mandato ao presidente do Fed, Ben Bernanke. Entretanto, os observadores do Fed acreditam que o ex-professor de Princeton prefira deixar o cargo após oito anos cansativos no emprego. O mandato de Bernanke como chairman vence no dia 31 de janeiro de 2014.

A vice-presidente do Fed, Janet Yellen, é considerada uma das principais candidatas a suceder Bernanke e seria ao menos tão tranquila quanto ele em termos de estar preparada para manter uma política monetária superestimulante até que o mercado de trabalho tenha melhorado substancialmente.

Quanto à política fiscal, Obama propôs cortar o déficit orçamentário do governo em mais de US$ 4 trilhões ao longo da próxima década, deixando que os cortes de impostos aos norte-americanos de renda superior promovidos durante o governo de George W. Bush vençam e eliminando os meios de evasão. A outra metade do dinheiro poupado com o término das guerras no Iraque e do Afeganistão será usada para reduzir o déficit.

Em relação ao Irã, se diz determinado a evitar que o país desenvolva armas nucleares; é contra um ataque israelense ou americano nas instalações iranianas; alerta para a necessidade de soluções diplomáticas, mas acredita que "a janela está se fechando" e que "todas as opções estão na mesa"; assinou novas sanções contra o Irã. 

Obama também fez uma ampla reforma do sistema de saúde em 2010, com leis voltadas à universalização do serviço, ao exigir que cada indivíduo que não tenha cobertura adquira algum plano, mas impediu que as seguradoras se neguem a aceitar clientes com base em doenças existentes antes da assinatura do contrato; a lei também dá incentivos para pessoas mais pobres conseguirem cobertura pelo sistema Medicaid. (Com EFE)