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Obama aprova 23 medidas para o controle de armas nos Estados Unidos

Observado por crianças, Obama assina decretos sobre armas em Washington, nesta quarta (16) Imagem: Mark Wilson/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/01/2013 15h14Atualizada em 16/01/2013 20h22

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (16) a aprovação de 23 novas medidas para o controle de armas de fogo em mãos da população civil, na tentativa de conter a violência no país.

A iniciativa ocorre um mês depois do massacre em uma escola infantil, em Connecticut, no qual 26 pessoas morreram, a maioria crianças.

Há medidas em três linhas: proibição dos chamados fuzis de assalto, que são armas portáteis de grande poder de fogo, usadas por tropas militares; restrições à venda de munição; e novas diretrizes para verificação dos dados pessoais dos interessados em comprar armamentos.

Para tal, será exigido a comprovação de antecedentes criminais para todas as vendas e aumento dos recursos para facilitar o acesso à cobertura médica para a saúde mental dos estudantes e jovens, através do treinamento de 5.000 profissionais médicos específicos.

O plano também vai aumentar a segurança nas escolas e faculdades do país, oferecendo recursos para a contratação de mil conselheiros pedagógicos e psicólogos e atualização dos planos de emergência.

Obama também restringirá o acesso aos carregadores de armas de alta capacidade, eliminará balas perfuradoras e vai instaurar que os Estados compartilhem a nível federal suas bases de dados sobre antecedentes criminais.

As "medidas executivas" não precisam passar pela aprovação do Congresso e seguem sugestões de uma equipe liderada pelo vice-presidente, Joe biden, que se reuniu com membros da sociedade civil, funcionários de segurança e membros do setor da educação.

No próximo dia 21 de janeiro deve acontecer a cerimônia de posse para o segundo mandato de Obama, em Washington.

310 milhões de armas

A proposta do governo esbarra na pressão da indústria de armas, que é contra as medidas. Desde 1789, a Constituição dos Estados Unidos protege o direito dos indivíduos de portar armas.

De acordo com dados oficiais, há cerca de 310 milhões de armas de fogo em mãos de particulares. Pesquisas feitas pelo Instituto de Estudos Internacionais, em Genebra, indicam que, somente nos Estados Unidos há 90 armas para cada cem pessoas; depois vem o Iêmen, que registra 61 armas para o mesmo número de indivíduos, e a Finlândia, com 56.

O estudo mostra também que, no mundo, civis têm 700 milhões de armas de fogo, dos quais 40% nos Estados Unidos. Uma média de 85 pessoas morre todos os dias em cidades norte-americanas em decorrência do uso de armas de fogo.

De acordo com especialistas, um dos maiores obstáculos na adoção de medidas de controle de armas nos Estados Unidos é a pressão exercida pela Associação Nacional de Rifle. Ontem (15) o estado de Nova York saiu na frente e aprovou medidas de controle na venda de armas na região, na tentativa de reduzir a violência.

Tiroteios nos EUA

Na noite de terça (15) um atirador deixou dois mortos e um ferido no estacionamento do campus da universidade Hazard Community and Technical, na cidade de Hazard, no Estado de Kentucky (EUA). De acordo com a polícia, o caso teria sido um incidente doméstico com uma arma semiautomática.

Na quinta-feira passada (10) duas pessoas foram atingidas durante um tiroteio no colégio Taft Union High School na cidade de Taft, na Califórnia (EUA). O atirador, um aluno de 16 anos, foi detido cerca de 20 minutos depois do tiroteio, que não deixou nenhum morto.

No dia 14 de dezembro outro tiroteio abalou os Estados Unidos: Adam Lanza, 20, invadiu a escola primária Sandy Hook, na cidade de Newtown, em Connecticut, e deixou 26 mortos, dos quais 20 eram crianças. Ele se matou depois do massacre e a polícia ainda investiga os motivos que o levaram a cometer tal atrocidade.

A tragédia chocou os Estados Unidos e o mundo. O presidente do país, Barack Obama, se emocionou durante pronunciamento no dia do tiroteio: "Meu coração está despedaçado, não só como presidente, mas também como pai", disse.

Além disso, o tiroteio retomou o debate sobre armas nos Estados Unidos. Muitas veículos de imprensa, artistas e outros se posicionaram sobre o assunto, incitando ainda mais a polêmica.

Este foi o segundo maior massacre da história do país, com menos mortos apenas que o atentado que matou 32 pessoas na Virginia Tech em 2007. O suspeito teria entrado na escola com duas armas, que já foram recolhidas pelos policiais. Uma delas, de acordo com a AP, seria um rifle calibre 223. (Com agências de notícias)

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