Topo

Contra Belo Monte, bispo alemão diz que projeto acabará com "último pedaço do paraíso"

9.out.2012 - Dezenas de índios, pescadores e ribeirinhos bloquearam o acesso das máquinas ao canteiro de obras da usina de Belo Monte em protesto ao impacto ecológico e a remoção das populações de áreas que serão alagadas com a construção daquela que será a terceira maior represa de uma hidrelétrica do mundo. De acordo com o líder dos protestos, manifestantes paralisaram a construção durante a noite, forçando os operários a abandonarem seus postos - Lunae Parracho/Reuters
9.out.2012 - Dezenas de índios, pescadores e ribeirinhos bloquearam o acesso das máquinas ao canteiro de obras da usina de Belo Monte em protesto ao impacto ecológico e a remoção das populações de áreas que serão alagadas com a construção daquela que será a terceira maior represa de uma hidrelétrica do mundo. De acordo com o líder dos protestos, manifestantes paralisaram a construção durante a noite, forçando os operários a abandonarem seus postos Imagem: Lunae Parracho/Reuters

Jonathan Stock

De Altamira, Brasil

02/02/2013 06h00

A construção de uma enorme represa na região amazônica do Brasil está ameaçando partes da maior floresta tropical do mundo. Mas as tribos indígenas que ali habitam estão em silêncio em troca de milhões de dólares prometidos.

Eles procuram carne morta e vasculham o lixo. Eles vêm da floresta e moram no lixo da cidade. São chamados “urubus” no Norte do Brasil, pássaros negros com bicos curvados e cabeças de lagarto.

Os antigos dizem que os urubus dão azar. Hoje, há milhares na cidade de Altamira, mais do que nunca. Eles escurecem os céus quando vistos de longe e, de perto, seu silêncio é inquietante. Como não têm o órgão vocal encontrado nos pássaros, a siringe, raramente os urubus fazem barulho.

“Os urubus”, diz o bispo Erwin Kräutler, “são um sinal indiscutível de que a cidade está um caos”. Kräutler, natural da Áustria, é bispo de uma das maiores prelazias do mundo, maior do que a Alemanha. Ele fala do caos e se dirige a todas as câmeras que são apontadas para ele. E ele fala alto –alto demais para os grandes proprietários de terra, as corporações e o governo. Seus inimigos colocaram um prêmio sobre a cabeça do bispo equivalente a R$ 1 milhão, e até o maior jornal do Norte do Brasil escreveu que era hora de “eliminá-lo”.

O bispo Kräutler tem hoje 73 anos de idade. Ele mora há quase 50 anos em Altamira, na beira da floresta e no meio da região amazônica. Pelos últimos 30, ele vem combatendo a construção da represa diretamente adjacente à cidade, um projeto que é financeiramente lucrativo para muitos na região.

Ele e seus amigos das organizações ambientais prestam aconselhamento às vítimas; entram com ações na justiça contra as agências do governo e organizam manifestações. Ele conversou com promotores e com a suprema corte do país encontrou-se com o presidente duas vezes e foi premiado com o Prêmio Nobel Alternativo, mas tudo em vão.

“Belo Monte”

A população de Altamira que era de apenas 100 mil habitantes há pouco tempo deve alcançar 300 mil em breve. Os construtores chamam a represa de Belo Monte, enquanto os opositores a chamam de Belo Monte de Merda. A represa atrai trabalhadores, que incham a cidade e suas lixeiras, o que por sua vez atrai os urubus pretos da floresta.

A luta de Kräutler é uma batalha contra o maior canteiro de obras na maior floresta tropical da terra. As primeiras 24 turbinas devem entrar em operação em 2015. A partir de 2019, a represa terá a capacidade de geração de 11 usinas nucleares. Para alcançar isso, 18.000 trabalhadores estão removendo tanta terra quanto foi removida para construir o canal do Panamá. Eles estão criando um reservatório maior do que o lago Constance para construir a terceira maior represa do mundo, que também deve se tornar símbolo do lema brasileiro de “Ordem e Progresso”.

“Quando, pois, virdes estar no lugar santo a abominação de desolação”, diz Kräutler citando Mateus, capítulo 24, versículo 15. Ele conta que o reservatório será um lago morto e pútrido, e que a represa será o fim do rio que a alimenta, o Rio Xingu, o maior afluente do Amazonas, que passa diretamente à vista do bispo. De acordo com Kräutler, haverá um aumento da febre amarela, o rio vai alagar a cidade, e o governo terá que reassentar pelo menos 40 mil pessoas, especialmente os mais pobres dos pobres, que tendem a morar perto da água.

Enquanto isso, o povo indígena que mora a jusante da represa ficará sem água, será forçado a deixar sua terra e não poderá mais pescar. Kräutler chama o lugar de “último pedaço do paraíso”.

“Avatar” no Brasil

O bispo está convencido que o governo, contrário às suas promessas, construirá mais represas ao longo do rio para produzir a eletricidade que precisa para o crescimento industrial e econômico de todo o país. O consumo de energia no Brasil deve crescer em mais da metade até 2020. Nesta altura, Belo Monte cobrirá um décimo das necessidades de energia de um país quase tão grande quanto a Europa. Diante do custo estimado da represa de quase 11 bilhões de euros, dizem os proponentes, o quão significativo é uma única curva do rio e algumas centenas de pessoas das tribos locais?

A represa é o projeto mais controverso do Brasil. Todo mundo no país tem uma opinião sobre Belo Monte, especialmente depois que o projeto foi criticado por alguns atores nas séries dramáticas de televisão conhecidas como novelas, tão populares entre os brasileiros. De um lado da controvérsia, está o consórcio de construção Norte Energia, autoridades corruptas do governo e o Ministério da Energia, e do outro estão os povos indígenas, a floresta tropical e centenas de milhares de tartarugas. É um conflito antigo, que coloca o bem contra o mal, como o que foi apresentado pelo diretor James Cameron no filme “Avatar”, no qual o povo nativo lança flechas contra os tratores das grandes corporações.

Quando Cameron visitou a região amazônica na primavera de 2010, porque acreditava que a história de seu filme subitamente tinha se tornado realidade, ele chegou em um avião a hélice e foi levado rio acima em um bote motorizado. Ele conversou com um grupo representando várias tribos indígenas. O cacique Giliard Juruna, espécie de líder, também estava presente. Ele tinha visto Cameron na televisão e ficou orgulhoso com a visita do diretor à região.

Cameron disse: “Vocês realmente têm a maior riqueza do mundo”. Ele apontou para o rio e disse: “Vocês têm peixe”. Ele apontou para a floresta e disse: “Vocês têm a floresta”. Foi sua forma de explicar para os moradores locais seu próprio mundo. Ele também disse: “Vocês têm o tipo de riqueza que meu mundo não compreende”. Depois ele voltou para a cidade e doou meio milhão de dólares.

Foi a mesma mensagem que seu filme transmitiu: os nativos são santos, mas para sobreviver precisam de um homem branco, como o ex-Marine Jake Sully de “Avatar”. A pessoa se pergunta o quanto essa visita de fato mudou Cameron e o que ele quis dizer com a riqueza que nosso mundo não compreende. Cameron parece um pouco como o músico Sting, que certa vez cantou em um show beneficente para os povos indígenas da Amazônia, mas que também voou para Nova York no Concorde e falou de como era maravilhoso viajar em uma velocidade que era duas vezes a do som.

Giliard, porta-voz das aldeias, é filho do melhor pescador em Moratu, filho do rio Xingu, ele diz, e neto do último grande xamã, que, segundo a lenda, conseguia matar as pessoas só com sua respiração. Giliard mora na curva do rio atrás da represa, no lugar que Kräutler descreve como paraíso.

Ele fez compras na cidade e levou um grande pedaço de carne, dois pacotes de cigarros Derby Azul, uma lanterna Tiger Head chinesa e baterias. Ele está usando uma camiseta com as palavras “Championship –Living your Lifestyle”. Ele veste o capacete, sobe em sua Honda e antes de dar a largada, diz: “Não tenho carteira de motorista, então teremos que dar a volta nos postos de polícia”.

Ele sai de Altamira, atravessa os campos onde os investidores em breve vão construir novos supermercados e passa os alojamentos dos trabalhadores. Alguns deles são de tribos vizinhas e não se incomodam de trabalhar na represa. Ele continua avançando para dentro da floresta, e a bruma da noite começa a subir. Júpiter se levanta. As árvores ainda não estão pegando fogo.

Mas amanhã estarão queimando novamente, incendidas pelos proprietários de terra que precisam do espaço para seu gado. Para chegar a sua casa, Giliard precisa cruzar o canal que está sendo escavado –dia e noite- entre a represa e a usina.

Do outro lado, eles estão enchendo seu rio, que em breve só vai ter o volume de água que tem normalmente na estação seca, um rio onde peixes mortos estão apodrecendo e a água está ficando lamacenta. Do outro lado, eles explodem a pedra duas vezes por dia para criar buracos para turbinas grandes como casas.

As empresas alemãs estão ganhando quase 500 mil euros para fornecer quatro das turbinas, junto com os geradores, todos os transformadores e o sistema de automação. Elas fazem parte de um consórcio presidido pela gigante de engenharia Siemens e Voith, uma firma de engenharia mecânica. A Mercedes está fornecendo caminhões, enquanto a Munich Re está assegurando uma parte do projeto. Acontece que a Alemanha precisa do alumínio que o Brasil exporta e produz de uma forma que consome muita energia.

“Tenho vergonha”

É tarde da noite quando Giliard chega à sua aldeia na beira da floresta, uma coleção de 12 casas sob um céu estrelado. Ele guarda a moto e depois entra cuidadosamente no rio, como se não quisesse desfazer a superfície espelhada da água. O rio é tão grande que a outra margem desaparece na escuridão, quase inimaginavelmente grande para padrões alemães.

O gerador está ligado. O cacique cumprimenta seus filhos e liga a televisão. Ele assiste os ricos das novelas, que passam a vida sem ter que trabalhar. O que ele pensa quando cruza o canal que corta sua floresta? “Tenho vergonha por termos permitido que isso acontecesse”, diz ele.

Na manhã seguinte, Giliard está trabalhando. Sua ferramenta é uma serra elétrica sueca para madeira de lei, uma Husqvarna com sistema anti-vibração que opera a 9.300 rpm. Ele está descalço diante de uma árvore de Castanha do Pará, conhecida localmente como “castanheira”. A espécie está na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e é uma das maiores arvores da Amazônia. Este espécime em particular é uma beleza, com bem mais de 100 anos. Giliard vai serrar a árvore para fazer tábuas.

A madeira renderia bastante dinheiro no mercado, mas Giliard quer construir uma casa com ela. Ele marca a linha para o corte na madeira clara com óleo usado e giz, aperta a serra no suporte e liga a máquina. Mais tarde, quando o silêncio retorna, os pássaros ficaram silenciosos e a clareira cheira a gasolina. Giliard está exausto, bebe agua de uma garrafa plástica azul. E ele acredita que a árvore tem alma?

Seu irmão, sentado ao seu lado, começa a rir. Mas Giliard tenta permanecer educado. Esse é o tipo de pergunta que só os brancos fazem, homens que nunca arrastaram a madeira pelo chão com um winch, nunca queimaram árvores ou construíram casas novas. “Não”, diz ele, “não acreditamos mais nisso”.

Lembrando as árvores

Dois dias depois e duas horas rio acima, Pedro Blanco, porta-voz do consórcio de construtoras, está em pé sobre um monte, olhando para o Rio Xingu, que começou a secar. O papel de Blanco é explicar o que está acontecendo abaixo, onde o rio será cortado, onde os aparelhos de sucção vão bombear os sedimentos e onde as raízes das árvores vão secar.

Em vez disso, Blanco está usando seu iPhone para fotografar uma das últimas castanheiras de pé. Os trabalhadores separam o lixo no canteiro da obra e resgatam filhotes de tartarugas, e eles também deixam certas árvores protegidas em pé. Blanco tira uma foto do tronco da árvore, com a copa de folhas escuras contrastando fortemente com o céu acima. “Porque é bonito”, diz ele. É claro que a árvore tem alma, diz ele, “tudo que vive tem alma”.

Giliard e Blanco são como tons dissonantes em uma canção. Um deles deveria amar a natureza, mas a vê como matéria prima. O outro deveria amar sua represa, mas romantiza a natureza.

Voluntários e ambientalistas falam muito das 25 tribos da região, com suas 24 línguas diferentes, tão diferentes quanto chinês e árabe, e sobre as dezenas de diferentes noções sobre a criação. Mas Giliard, cacique da tribo Juruna, fala português. Ele não gosta da nova estrada para sua aldeia, e ainda assim a usa porque em geral é mais rápido do que subir o rio de barco.

O pai dele é pescador, mas as crianças da aldeia querem se tornar professores ou soldados. Uma árvore é uma árvore para Giliard. Ele espera que sua aldeia um dia tenha um médico e uma escola de ensino médio e possa dar às pessoas uma oportunidade de ganhar a vida. Isso é riqueza para ele. Por que deveria viver da forma que o diretor Cameron acha que os índios amazonenses devem viver?

Os mais velhos dizem que costumava haver uma praia no rio Xingu. Mas hoje não há nada além de lixo boiando onde antes havia areia. A Norte Energia de fato tinha planejado construir uma planta de tratamento de esgoto, mas o esgoto ainda é liberado diretamente no rio.

Segurança 24 horas

Quando o bispo Kräutler, ainda rapaz, veio da cidade austríaca de Koblach, Altamira parecia um lugar cheio de promessas. Hoje, parece mais uma guerra, diz ele. Quatro policiais o protegem todas as horas do dia e ele não dá um passo nem faz uma homília sem eles. O bispo lutou pelo direito dos povos indígenas, como consagrado pela Constituição, de determinar o que acontece com suas terras. Durante a briga, um caminhão bateu em seu carro e matou a pessoa em seu banco de passageiros.

Ele se opôs ao empréstimo de US$ 500 milhões do Banco Mundial. Ele é uma pedra no sapato para as empresas que esperam ficar ricas com a represa, empresas que muitas vezes estão entre as maiores doadoras dos partidos políticos. Ele aponta para um buraco em uma pedra por trás das câmeras de segurança. Foi ali que um funcionário foi morto em1995, e onde uma freira foi morta 10 anos mais tarde. Ela também lutava contra a represa.

Kräutler adoraria voltar a correr na frente da casa e ao longo do rio que ele ama. Mas a polícia o proibiu. É uma das medidas de precaução para evitar que seja morto. Em vez disso, hoje ele se exercita caminhando no quintal fechado, antes do nascer do sol todos os dias, 65 passos para um lado, 65 para o outro, andando pelo tempo que demora para recitar três rosários. Ele foi privado de sua liberdade externa, diz ele, mas não podem tirar dele sua liberdade interior.

Paramentos modernos

Hoje, Altamira é o tipo de cidade onde é possível pedir que alguém venha pegar seu cão, o lave e massageie pelo equivalente a $ 30 euros. Na frente de alguns hotéis, os funcionários lavam as calçadas com detergente. A represa trás dinheiro para a cidade. Até as prostitutas no bordel dos trabalhadores dizem: “Proteger a natureza é lindo, mas a vida tem que continuar”.

Dezenas de milhares de pessoas, incluindo trabalhadores e fornecedores, estão inchando a cidade. Frequentemente, o fornecimento de energia cai por várias horas. Mesmo assim, os trabalhadores continuam descarregando novos refrigerados de carrinhos puxados por burros à luz de velas. As propagandas gritam dos alto falantes que passam montados sobre motos coisas como: “Agora você pode realizar seus sonhos”.

Com os paramentos da vida moderna –sobrancelhas feitas, prestações para carros, ternos para crianças e tanto lixo que atrai urubus- Altamira é uma cidade que precisa de eletricidade, assim como James Cameron, Erwin Kräutler, Pedro Blanco e Giliard Juruna precisam de eletricidade. Belo Monte vai dar a eles essa eletricidade. Essa é a promessa. O projeto só será economicamente viável se outras represas forem construídas.

Para construir a represa, eles trancaram o crítico Dom Erwin, como o bispo é conhecido localmente, em sua própria casa. Ele diz que muitos índios tiveram seu silêncio comprado com o dinheiro da indenização por suas terras, que a represa destruirá. Os povos indígenas devem receber $ 570 milhões de euros do governo. Apesar de alguns índios proeminentes terem muitas vezes protestado contra a represa, a maior parte desistiu.

O construtor está pagando pela televisão, pela moto, o combustível e a serra elétrica de Giliard, e seu novo barco. No início de janeiro, ele e um grupo de cidadãos bloquearam a estrada de acesso à represa, interrompendo os trabalhos por dias. Eles exigiram mais dinheiro, cerca de 100 mil euros para compensar pela água do rio cheia de sedimentos, mas no final concordaram em aceitar um terço dessa quantia.

O bispo Kräutler criou uma expressão para isso: “espelhos modernos”. Não é genocídio, diz ele, mas “auricídio”, ou genocídio com ouro. Os índios agora vêm para a cidade e usam o dinheiro que receberam para comprar coisas que nunca precisaram. Por outro lado, o povo indígena vê o rio como a “casa dos deuses”.

Observando os urubus

Para muitos, contudo, mais importante do que a casa dos deuses hoje é a Casa do Índio. É um prédio lúgubre, uma espécie de pensão para os que antes eram proprietários da terra. Muitos chegam aqui tímidos, de olhos esbugalhados, puxando malas e segurando tartarugas.

É aqui onde os índios dormem quando tem algo a fazer na cidade ou estão esperando para receber seu dinheiro. Há pedaços de papel nas portas com os nomes das tribos, parecendo quebra-cabeças: Xingu, Arara, Araweté, Xikrin, Kayapó, Juruna, Parakanã, Asurini, Xipaya.

Uma mulher que mora ali se esqueceu como dizer seu nome em sua língua natal. Ela sonha com filhos gordos. Ela chama de sonho bom. Ela gosta da cidade porque não tem animais selvagens ali. Ela não gosta que os brancos achem que os índios são preguiçosos. Ela tem medo de perereca. Ela gosta mais de MSN do que de Facebook, que ela usa com a conta da irmã. Ele prefere Samsung à Apple. Ela gosta da sombra para os olhos que está usando.

A índia diz que a língua é a coisa mais importante, que preserva sua identidade. Mas o marido dela é de uma tribo vizinha, e ela não o compreende quando ele fala sua língua. Em vez disso, eles falam português entre si e com os filhos.

O dinheiro é a fraqueza dos índios, diz Kräutler, e os gerentes da represa são como urubus. Quando um urubu procura uma refeição, ele voa alto, com todos os sentidos focados na carniça, e então mergulha para se alimentar do corpo morto. Mas se o pássaro não encontra carniça, ele procura as criaturas mais fracas. Um bando de urubus pode até matar um bezerro. Os pássaros bicam as áreas mais sensíveis: olhos, língua e nariz; o bezerro entra em choque, e os urubus se aproveitam.

Traduzido do alemão por Christopher Sultan.