Empresa já vendeu 60 mil unidades de arma feita para crianças nos EUA

A Keystone Sporting Arms, empresa que fabricou o Crickett calibre 22, um rifle feito especificamente para crianças que matou uma menina de dois anos nos EUA, já vendeu 60 mil unidades da arma no país.

Na última terça-feira (30), um menino de cinco anos matou a irmã de apenas dois anos, no Kentucky (EUA), quando brincava com seu rifle.

A Keystone Sporting Arms é uma empresa que se especializou na fabricação de um rifle voltado para o público infantil. Eles são mais leves e multicoloridos. No entanto, são tão letais quanto uma arma feita para adultos.

O rifle infantil é um verdadeiro sucesso em diversas áreas dos EUA. Antes do incidente, a empresa tinha planos de crescer para atender a demanda cada vez maior.

Segundo o site da Keystone, a intenção da empresa é de “difundir a segurança com armas na mente de jovens atiradores e encoraja-los a conhecer e respeitar as atividades de tiro e de caça”.

Para os defensores do porte de armas, a culpa da tragédia é dos adultos. Foi o que ouviu um repórter do jornal britânico “The Independent” que participa da convenção anual da Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês), realizada este ano em Houston, no Estado americano do Texas.

“É tudo uma questão de responsabilidade dos adultos. Você precisa ser um proprietário responsável”, afirmou ao “Independent” Angela Armstrong, uma moradora de Ohio e membro da NRA há anos.

Myron, um membro da NRA que só quis dar o primeiro nome à reportagem do “Independent”, afirmou que seu filho de 11 anos já atira usando uma arma mais sofisticada.

“Se os pais estivessem fazendo aquilo que é correto, nada teria ocorrido. Esta não é uma questão sobre a criança de cinco anos. É uma discussão sobre o adulto”, afirmou.

Até mesmo para a avó das crianças envolvidas no incidente, o que ocorreu “foi vontade de Deus”. “Era hora dela partir, eu acho. Eu sei que ela está no céu e em boas mãos com o Senhor”, afirmou Linda Riddle.

A NRA, que é uma poderosa associação que promove a defesa dos direitos dos proprietários de armas de fogo nos EUA, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o que ocorreu no Kentucky. A organização também é uma das principais doadoras de campanhas eleitorais no país.