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Mais de 3 mil brasileiros estão presos no exterior, maioria na Europa

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

07/05/2013 12h25

Pelo menos 3.078 brasileiros estão detidos no exterior. O Ministério das Relações Exteriores informou à "Agência Brasil" que a maioria foi presa na Europa – 1.133. Com informações dos mais de 200 postos da rede consular até dezembro de 2012, o Itamaraty mapeou os casos. Vários crimes são atribuídos aos brasileiros, como fraude, tráfico de drogas, agressão sexual e furtos, e variam de acordo com cada continente.

Dos 3.078 brasileiros presos no exterior, 2.260 são homens e 452 mulheres. Os demais 366 não tiveram o sexo divulgado. Os casos de detenção fora do Brasil são acompanhados pelos serviços consulares, por intermédio de orientações e instruções específicas.

Uma das situações recentes é a detenção de 12 brasileiros em Oruro, na Bolívia. Lá, 12 torcedores do Corinthians são acusados de participação na morte do estudante Kevin Espada, de 14 anos, em fevereiro. Espada foi atingido por um sinalizador durante partida de futebol e acabou morrendo. Os brasileiros negam envolvimento no caso. Cada situação é analisada individualmente, segundo as autoridades brasileiras, mas em geral o esforço é para que os detidos cumpram pena no Brasil.

Na Europa, há 363 brasileiros presos na Espanha, 280 em Portugal, 213 na Itália, 108 na França, 77 no Reino Unido, 48 na Alemanha, 14 na Bélgica, oito na Suíça, seis na Grécia, cinco na Suécia, três na Hungria e o mesmo número na Noruega, um na Áustria, um no Chipre, um na Dinamarca, um  na Finlândia, e um na República Tcheca.

Na América do Norte, há 802 brasileiros detidos, dos quais 796 estão nos Estados Unidos, quatro no México e dois no Canadá. Na América do Sul, são 757 brasileiros presos. Só no Paraguai há 217 detidos, 177 na Bolívia, 99 na Guiana Francesa, 63 no Uruguai, 57 na Argentina, 33 na Colômbia, 32 no Suriname, 29 na Venezuela, 20 no Chile, 20 no Peru, nove na Guiana e um no Equador.

Na Ásia, há 314 brasileiros detidos, dos quais 308 no Japão, três na Indonésia, dois na China e um na Índia. Na África, são 43 brasileiros, dos quais 37 na África do Sul, três em Cabo Verde, dois no Senegal e um em Moçambique. Na Oceania, há cinco brasileiros presos, dos quais três na Austrália e dois na Nova Zelândia.

Na América Central, há 12 brasileiros presos: seis no Panamá, dois em Honduras, um nas Bahamas, um em El Salvador, um na Nicarágua e um na República Dominicana. No Oriente Médio, são 12 brasileiros – cinco nos Emirados Árabes Unidos, três em Israel e o mesmo número na  Jordânia e um na Arábia Saudita.

Crimes variam

No exterior, os brasileiros são acusados dos mais diversos crimes que variam de acordo com cada país e continente. Em geral, há denúncias de porte, consumo ou tráfico de drogas, problemas migratórios, assaltos, furtos e roubos, assalto a mão armada, sequestro, extorsão, lesões corporais, infrações no trânsito, homicídio, agressões sexuais e até abusos de crianças e adolescentes, assim como violação de ordem judicial e desvio de dinheiro.

Na Europa, os casos são narcotráfico, irregularidades envolvendo questões migratórias, furtos e roubos, lesões corporais, homicídio, tentativa de homicídio, abuso sexual, estupro, extorsão, resistência e desacato à autoridade pública, estelionato e falsidade ideológica.


Na África, há brasileiros acusados e já em processo de julgamento por narcotráfico e aliciamento de menores. Na América Central, as denúncias de narcotráfico também aparecem, assim como de estelionato, roubo e abuso sexual de crianças e adolescentes.

Na América do Norte, as acusações envolvem também narcotráfico e problemas migratórios, além de estelionato, roubo, violência física, homicídio e tentativas, ameaças com arma e assalto a mão armada, envolvimento com gangue, tráfico de pessoas, pedofilia e ausência de documentos legais.

Na América do Sul, as denúncias são semelhantes, incluindo embriaguez no trânsito.

Na Ásia, os casos relativos aos brasileiros são porte, consumo ou tráfico de drogas, problemas migratórios, furtos e roubos, lesões corporais, infrações no trânsito, homicídio, tentativa de estupro, tentativa de homicídio e assalto com lesão corporal.

Na Oceania, as denúncias são narcotráfico e abuso sexual envolvendo menor. No Oriente Médio, as acusações incluem fraude, corrupção, desonestidade, narcotráfico, infração de lei, violência, agressão e envolvimento com grupos militantes.

30% cumprem pena

O Ministério das Relações Exteriores informou à Agência Brasil que dos 3.078 brasileiros detidos no exterior, 30%, em média,  cumprem pena, com exceção do Oriente Médio, da Ásia e da África, nos quais a maioria já recebeu sentença judicial. Dos presos no exterior, 1.015 cumprem pena, 619 aguardam julgamento e 1.444 esperam decisão para a deportação.

Na África, 33 detidos cumprem pena e dez aguardam julgamento. Na América Central, três  cumprem pena, três aguardam julgamento e seis estão em situação ainda indefinida. Na América do Norte, 138 cumprem pena, 79 aguardam julgamento e 585 detidos aguardam decisão sobre deportação.

Na América do Sul, 224 brasileiros cumprem pena, 397 aguardam julgamento e 136 estão em situação não especificada. Na Ásia, 254 detidos cumprem pena, 36 aguardam julgamento e 24 estão em situação indefinida.

Na Europa, 351 detidos cumprem pena, 91 aguardam julgamento, 691 estão em situação não especificada. Na Oceania, há um brasileiro cumprindo pena, dois aguardam julgamento e dois estão em situação não especificada. No Oriente Médio, 11 detidos cumprem pena e um aguarda julgamento.