Mortes no Egito chegam a 638, diz governo; ONU fará reunião de emergência
Do UOL, em São Paulo
15/08/2013 15h30Atualizada em 15/08/2013 18h24
O Ministério da Saúde do Egito afirma que pelo menos 638 pessoas morreram nos confrontos de quarta-feira (14) em várias partes do país. Pelo balanço da pasta, 3.994 pessoas ficaram feridas. A violência no país será discutida durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, marcada para as 18h30 (horário de Brasília) de hoje.
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Os mortos são em sua maioria civis vítimas da violenta dispersão dos acampamentos de manifestantes no Cairo que exigiam o retorno ao poder do presidente deposto Mohammed Mursi. O ministério do Interior informou a morte de pelo menos 43 policiais. Outros três policiais morreram nesta quinta-feira (15), durante um ataque a uma delegacia no sudeste da capital egípcia, segundo a imprensa estatal.
Na quarta-feira (14), a junta militar que governa o país decretou toque de recolher durante um mês em resposta aos distúrbios. Mesmo com o toque de recolher vigorando, grupos pró-Mursi foram às ruas nesta quinta-feira (15).
O Exército chegou a anunciar um relaxamento do toque de recolher - das 21h às 6h -, mas recuou da medida. Segundo as autoridades, a proibição aos egípcios de saírem de suas casas valerá das 19h até as 6h (horário local), por um mês.
Vice-presidente egípcio deixa o governo após massacre
O vice-presidente egípcio e prêmio Nobel da Paz Mohamed El Baradei anunciou que apresentou sua demissão ao presidente interino do país após a violenta operação para dispersar os manifestantes pró-Mohammed Mursi.
A comunidade internacional condenou o massacre e pediu providências da ONU. O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou o fim de exercícios militares que os dois países fariam em conjunto no próximo mês. Em resposta, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou uma reunião extraordinária no Kremlin para definir as medidas necessárias para colocar bases militares russas à disposição do Exército do Egito.
A violência dos confrontos causou a renúncia do vice-presidente do Egito, o Nobel da Paz Mohamed El Baradei.