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'Polarização põe em xeque futuro do Egito'

15/08/2013 05h25

Ambos os lados do conflito no Egito acreditam que o futuro do país esteja em jogo. Provavelmente, eles estão certos.

Os recentes eventos nas ruas do Cairo e em todo o país estão moldando a maneira como ele será tratado pelas próximas gerações.

A euforia que seguiu-se à queda do presidente Hosni Mubarak em fevereiro de 2011 já parece muito distante.

A sensação que prevalece agora é a de que "o vencedor leva tudo".

Antes que o presidente Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana, fosse deposto e aprisionado pelas Forças Armadas, ele governava, não para todos os egípcios, ─ como tinha prometido ─ mas para seus partidários.

A Irmandade Muçulmana tentava chegar ao poder desde 1928. Ao invés de construir um consenso nacional, o presidente Morsi e a Irmandade estavam determinados a aproveitar suas chances de mudar o Egito à sua maneira.

Agora o chefe do Exército, general Abdul Fattah Al-Sisi e seus seguidores fazem o mesmo.

Eles dizem querer estabelecer uma política democrática, mas a brutalidade da ação contra a Irmandade Muçulmana parece mostrar que eles querem eliminá-la como força política.

Como sempre, os eventos no Egito estão sendo monitorados de perto por todo o mundo árabe.

Cerca de 18 meses atrás, a Irmandade e seus aliados em outros países pareciam ser os grandes vencedores das revoltas árabes, chegando em primeiro lugar nas eleições.

Mas agora a resposta negativa a eles pode se espalhar. A ação contra os acampamentos da Irmandade Muçulmana no Cairo não resolve a crise egípcia. Pode aprofundá-la.