Ataque mata três policiais em delegacia no sul do Cairo

Crise no Egito
Crise no Egito

Pelo menos três policiais morreram na manhã desta quinta-feira (15) em um ataque a uma delegacia no bairro de Heluan, no sudeste do Cairo, informou a agência notícias estatal egípcia "Mena".

A agência, que cita uma fonte de segurança, divulgou que as vítimas foram mortas por tiros no pescoço, no peito e na cabeça. Segundo o texto, o ataque à delegacia foi cometido por centenas de supostos membros da Irmandade Muçulmana.

O ministro do Interior do Egito, Mohammed Ibrahim, disse ontem em entrevista coletiva que 43 oficiais e policiais morreram e mais de 200 ficaram feridos em ataques e enfrentamentos com seguidores da Irmandade Muçulmana no país, devido ao desmonte dos acampamentos dos islamitas na capital.

Por outro lado, a "Mena" informou que um grande número de membros da confraria atacou e incendiou hoje um posto da polícia no bairro de Abu Zaabal, localizada na província de Al Qaliubiya, ao norte do Cairo.

Mais de 500 mortos

Um novo balanço oficial divulgado nesta quinta-feira (15) pelo governo do Egito informa que a série de confrontos verificados nesta quarta-feira (14) deixaram um saldo de pelo menos 525 mortos e 3.572 feridos.

De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde, Mohamed Fathallah, os mortos são em sua maioria civis vítimas da violenta dispersão dos acampamentos de manifestantes no Cairo que exigiam o retorno do presidente deposto Mohammed Mursi e dos confrontos em todo país. O ministério do Interior informou a morte de pelo menos 43 policiais. Mais três policiais morreram nesta quinta-feira (15), durante um ataque a uma delegacia no sudeste da capital egípcia, segundo a imprensa estatal.

O Egito amanheceu em relativa calma nesta quinta-feira (15) após o decreto de toque de recolher de um mês, imposto ontem pelas autoridades em resposta aos violentos distúrbios que causaram centenas de mortes e milhares de feridos em todo país. A comunidade internacional condenou o massacre e pediu providências da ONU. O governo dos EUA, que dá apoio financeiro ao Egito, pediu o fim do toque de recolher.

A violência dos confrontos causou a renúncia do vice-presidente do Egito, o Nobel da Paz Mohamed El Baradei

Mesmo com o toque de recolher vigorando, grupos pró-Mursi pretendem ir às ruas nesta quinta-feira (15).

Durante a noite, houve incidentes em diversas regiões do país.

Vice-presidente egípcio deixa o governo após massacre

  • O vice-presidente egípcio e prêmio Nobel da Paz Mohamed El Baradei anunciou que apresentou sua demissão ao presidente interino do país após a violenta operação para dispersar os manifestantes pró-Mohammed Mursi.

Em Al Arish, capital da província do Norte do Sinai, um policial e um soldado morreram por disparos de desconhecidos em frente a uma delegacia, informou a agência de notícias estatal "Mena".

Já em Qena, no sul do país, pelo menos duas pessoas foram assassinadas durante os confrontos entre seguidores do deposto presidente Mohammed Mursi e as forças de segurança nos arredores dos tribunais desta cidade.

Egito em transe

  • As sucessivas crises e confrontos no Egito tem raízes mais antigas e profundas, na briga entre secularistas e islamitas e uma democracia ainda imatura. Entenda mais sobre a história recente do país

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No norte do Cairo, em Qaliubiya, pelo menos três mortes foram registradas na noite de ontem em confrontos entre islamitas e opositores de Mursi.

Por conta dos distúrbios registrados em todo país, as autoridades egípcias decretaram estado de emergência durante um mês e o toque de recolher, das 19h às 6h locais, embora tenha sido iniciado com atraso de duas horas na terça-feira (14) por conta dos distúrbios em distintas zonas do país.

Os confrontos generalizados foram iniciados após uma operação policial para desmontar os acampamentos da Irmandade Muçulmana, grupo era liderado por Mursi até sua chegada à Presidência, nas praças de Rabea al Adauiya e de Al Nahda, ambas nas capital. (Com Efe e AFP)

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