Premiê interino vai à TV defender toque de recolher e pede calma
Em um pronunciamento em rede nacional de TV, o premiê interino do Egito,Hazem Beblawi, afirmou que será por curto tempo o toque de recolher imposto no país após os confrontos que mataram ao menos 235 pessoas.
“Não esqueçam que estamos aqui (o governo interino) para construir uma democracia baseada na justiça social. O banho de sangue de todas as partes só alimenta esta crise”, afirmou Beblawi. Segundo ele, o toque de recolher durará um mês - "até que restauremos a segurança e a ordem". Até lá, disse, os dois acampamentos de manifestantes montados no Cairo foram desmontados, e não serão permitidos.
O primeiro-ministro também enfatizou os esforços do governo interino em reconstruir a economia do país. Segundo ele, a ideia da junta militar que governa o Egito ao decretar estado de emergência no país é usar o período de recolhimento para reflexão e construção de um país "com espaço para todos, independentemente de filiação ou crença.
"Não queremos um Estado militar nem religioso", disse Beblawi, se referindo tanto à junta militar golpista no comando do país desde a deposição do presidente Mohammed Mursi, em 3 de julho, quanto à Irmandade Muçulmana, grupo islâmico que governava o país junto com Mursi.
Governo tentou diálogo, diz ministro
Falando depois de Beblawi, o ministro do Interior do Egito, Mohammed Ibrahim, disse que o governo "deu chance total às soluções diplomáticas" antes do massacre desta quarta-feira (14). Segundo ele, o governo recolheu armas letais de acampamentos onde estavam os manifestantes favoráveis ao presidente deposto, Mohammed Mursi, e prendeu integrantes da Irmandade Muçulamana.
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