Putin discute ceder bases ao Egito após Obama cancelar exercício conjunto
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou uma reunião extraordinária no Kremlin para definir as medidas necessárias para colocar bases militares russas à disposição do Exército do Egito. A informação é do jornal egípcio "Egypt Independent".
Segundo o jornal, a iniciativa do presidente russo é uma resposta à decisão de seu homólogo americano, Barack Obama, de cancelar um exercício militar conjunto com o Egito após confrontos no país árabes deixarem pelo menos 638 mortos.
O presidente russo anunciou que fará os arranjos necessários para realizar exercícios em parceria com Exército do Egito.
Massacre
O Ministério da Saúde do Egito afirma que ao menos 638 pessoas morreram nos confrontos de quarta-feira (14) em várias partes do país. Como a conta não inclui as mortes desta quinta-feira (15), a contagem de cadáveres irá aumentar.
Os mortos são, em sua maioria, civis vítimas da violenta dispersão dos acampamentos de manifestantes no Cairo que exigiam o retorno ao poder do presidente deposto Mohammed Mursi. Segundo o Ministério do Interior, ao menos 43 policiais morreram --e outros três teriam morrido nesta quinta-feira (15) durante um ataque a uma delegacia no sudeste da capital egípcia, segundo a imprensa estatal.
O número de feridos ainda não foi atualizado, mas, pelo balanço da pasta divulgado mais cedo, são ao menos 3.572.
Na quarta-feira (14), a junta militar que governa o país decretou toque de recolher por um mês, em resposta aos distúrbios. O Exército chegou a anunciar um relaxamento da medida --anunciando toque de recolher das 21h às 6h--, mas recuou. Segundo as autoridades, a proibição aos egípcios de saírem de suas casas valerá das 19h às 6h (horário local).
A violência dos confrontos causou a renúncia do vice-presidente do Egito, o Nobel da Paz Mohamed El Baradei.
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