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União Europeia deve anunciar novas sanções à Rússia

Do UOL, em São Paulo

20/03/2014 08h28

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira (20) que os líderes europeus estão prontos para aprofundar as sanções impostas à Rússia. Entre as medidas em estudo estão a ampliação da lista de integrantes do governo russo e ucraniano que terão seus bens congelados e ficarão impedidos de viajar aos países membros da União Europeia.

O anúncio de Merkel foi feito durante pronunciamento no Parlamento alemão, horas antes do início da reunião de cúpula de chefes de Estado da União Europeia, em Bruxelas, que vai discutir a crise na Ucrânia.

“Os chefes de Estado e de governo da União Europeia irão estabelecer mais sanções da fase dois que nós acordamos há duas semanas”, disse Merkel.

Merkel tem aumentado o tom nas críticas ao governo de Vladimir Putin desde que o presidente russo validou o resultado do referendo realizado na Crimeia que permitiu a anexação da península à Rússia. O anúncio de novas sanções ocorre um dia depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, ter dito que uma intervenção militar na região de conflito está descartada.

"Não vamos fazer uma incursão militar na Ucrânia. Acho que inclusive os ucranianos reconhecerão que enfrentar militarmente a Rússia não seria apropriado para nós e também não seria bom para a Ucrânia", disse Obama em uma entrevista à filial da NBC em San Diego.

Na última quarta-feira (19), o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu a expulsão da Rússia do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia). A reunião anual do grupo, prevista para ser realizada em Sochi, na Rússia, foi cancelada.  A presidência do grupo é exercida justamente por Putin.

Se confirmadas as novas sanções da União Europeia contra a Rússia, elas irão se juntar à primeira leva de medidas tomadas pelos líderes europeus, norte-americanos e canadenses, pouco mais de uma semana atrás.

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A Casa Branca apontou para 11 pessoas: sete russas e quatro acusadas de complô com a Rússia na Ucrânia. Entre elas, estão o presidente ucraniano deposto Viktor Yanukovytch e um conselheiro, assim como dois líderes separatistas da Crimeia, Serguei Axionov e Volodimir Konstantinov.

Os ministros das Relações Exteriores europeus também decidiram punir - com cancelamentos de vistos ou congelamento de bens - 21 autoridades ucranianas e russas.

A península da Crimeia, atualmente anexada ao território russo, foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou seu controle à Ucrânia. Após a queda do ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em fevereiro, as populações das regiões sul e leste do país foram às ruas para protestar contra o que consideraram um golpe de Estado.

A Rússia, aliada de Yanukovich e com interesses na região, apoia esse movimento. A península da Crimeia, de maioria étnica e língua russas e atualmente com um regime de república autônoma da Ucrânia, está sob controle de forças pró-Moscou desde 28 de fevereiro.

Na última quarta-feira (19), após a invasão de duas bases militares da Ucrânia, o governo ucraniano anunciou um plano para a retirada de 25 mil militares e suas famílias da região.