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Homem é preso por atrapalhar investigação do atentado na Maratona de Boston

Do UOL, em São Paulo

30/05/2014 11h03Atualizada em 30/05/2014 12h03

O Tribunal de Justiça em Boston informou que um homem de Quincy, em Massachusetts (EUA), foi preso nesta sexta-feira (30) por obstruir as investigações sobre o atentado à bomba na Maratona de Boston, segundo a rede de TV norte-americana CBS.

Khairullozhon Matanov, 23, é acusado de "destruir, alterar e falsificar registros, documentos e objetos, especificamente informação de seu computador", além de três acusações de "produzir material falsificado e fictício e dar declarações mentirosas", durante uma investigação federal de terrorismo.

Matanov foi preso na manhã de hoje e foi levado para o Tribunal de Justiça de Boston para um interrogatório inicial nesta tarde. Ele é suspeito de ter ligações com os irmãos Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev, apontados como responsáveis pelo atentado.

"Cerca de 40 minutos depois das explosões, aproximadamente às 15h31 do dia 15 de abril, Matanov convidou Tamerlan para jantar aquela noite. Tamerlan aceitou. À noite, Matanov comprou o jantar para os irmãos em um restaurante", escreveram os promotores na acusação.

"Depois, Matanov voltou para casa e falou com uma testemunha, que comentou que esperava que o atentato não tivesse sido realizado por muçulmanos. Matanov respondeu inicialmente que a explosão poderia ter tido uma causa justa, como em nome do Islã, que apoiaria os ataques se a razão fosse justa ou se o ataque tivesse sido feito pelo Talibã, e que as vítimas foram para o paraíso", escreveu o promotor.

De acordo com a investigação, Matanov ligou para os dois irmãos várias vezes em 17 de abril, dois dias depois do atentado. Após a divulgação das fotos dos suspeitos, em 18 de abril, os investigadores acreditam que Matanov teve medo de que a polícia chegasse até a ele por causa da amizade que matinha com os irmãos Tsarnaev.

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"Parece que Matanov tomou uma série de medidas para atrapalhar a investigação do FBI. Além de ter excluído informações de seu computador, Matanov deu várias declarações falsas", dizem os investigadores.

Matanov não é suspeito de envolvimento no atentato, nem de ter conhecimento anterior sobre o fato. O jovem é do Quirguistão, está legalmente nos Estados Unidos desde 2010 e já trabalhou como motorista de táxi, entre outras atividades. Segundo os promotores, ele se tornou amigo de Tamerlan Tsarnaev e também conhecia Dzhokhar.

O Tribunal de Justiça informou que a pena máxima para quem destrói provas é de 20 anos de prisão e de oito anos para quem presta depoimentos falsos à polícia.