Topo

Policial morto após atentado na maratona de Boston é homenageado

Daniel Lovering

Em Cambridge

18/04/2014 18h10

Mais de 1.600 pessoas se reuniram no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (18) para participar de uma missa em homenagem a um estimado policial do campus, morto a tiros há um ano após o atentado a bomba na Maratona de Boston, nos Estados Unidos.

O policial do MIT, Sean Collier, 27, levou diversos tiros quando estava em seu carro durante um aparente confronto com os suspeitos do atentado, dias depois que três pessoas morreram e mais de 260 ficaram feridas na explosão de duas bombas caseiras perto da linha de chegada da corrida.

Collier foi morto durante uma tentativa frustrada de roubar a arma dele, disseram as autoridades.

Policiais, autoridades públicas, estudantes e professores se juntaram aos familiares de Collier na missa ao ar livre perto de onde ele foi morto, um lugar marcado por um monumento temporário plantado com flores.

"Ele era realmente um de nós", disse o vice-presidente-executivo e tesoureiro do MIT, Israel Ruiz, a repórteres antes da cerimônia. "Sean realmente morreu por nós e nós o amamos por isso. Nunca o esqueceremos, nem vamos esquecer a sua bravura", ele disse.

Ruiz revelou planos de fazer um memorial permanente, cujo modelo será uma mão aberta, com cinco paredes radiais, que deve ficar pronto no ano que vem. O prefeito de Cambridge, David Maher, disse durante a cerimônia que uma esquina próxima ao local passará a se chamar "Sean Collier Square".

Sally Miller, uma aluna do segundo ano do MIT que descreveu Collier como "super curioso e aventureiro", ajudou a projetar o memorial.

"Tentamos encontrar algo que realmente demonstrasse seu espírito e que mostrasse força", disse ela.

Miller estará entre os 39 corredores do MIT que pretendem participar da maratona deste ano em homenagem a Collier, usando o número do seu distintivo - 179 - nas costas, durante a corrida da semana que vem.

Quando o culto começou, a polícia entrou na tenda e foi recebida com aplausos. Os senadores dos EUA Elizabeth Warren e Ed Markey, dois democratas de Massachusetts, falaram sobre a determinação da cidade diante do atentado a bomba e do senso de humor e visão do trabalho policial como uma vocação.

Collier foi morto cerca de cinco horas depois que a polícia federal divulgou fotos dos dois suspeitos - dois irmãos chechenos, Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev, acusados de transportar nas mochilas as bombas até a linha de chegada - e pediu a ajuda do público para encontrá-los.

Os dois então sequestraram um veículo e mais tarde se envolveram em um tiroteio com a polícia, durante o qual Tamerlan Tsarnaev foi morto e seu irmão conseguiu escapar, disse a polícia.

Depois de uma caçada que fechou a maior parte de Boston e contou com o apoio de veículos blindados e helicópteros, Dzhokhar foi encontrado ferido dentro de um barco, em Watertown, um subúrbio de Boston.

O irmão sobrevivente, agora com 20 anos, está aguardando julgamento e, se for condenado, poderá receber a pena de morte.

A Maratona de Boston deste ano acontecerá na segunda-feira sob segurança reforçada. Alguns dos 36 mil corredores e dezenas de milhares de espectadores esperados vão enfrentar novas restrições, incluindo a proibição de transportar mochilas no local da corrida.