Obama tomará ações executivas sobre imigração após 'inércia' do Congresso
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira (30) que vai contornar a falta de ação do Congresso do país e tomar decisões unilaterais em relação ao sistema de imigração. O país teve um recorde de crianças cruzando ilegalmente a fronteira sudoeste nos últimos meses.
Em pronunciamento oficial na Casa Branca, Obama disse que foi informado de que os congressistas não vão votar neste ano a reforma no sistema de imigração dos Estados Unidos. “A América não pode esperar para sempre para que eles façam algo”, criticou o presidente dos EUA, anunciando que tomará as atitudes possíveis em sua incumbência para melhorar o sistema.
As ações serão tomadas ainda no verão no país, ou seja, entre junho e setembro. “A falha da Casa republicana em aprovar a nova legislação é ruim para nossa segurança, é ruim para nossa economia, é ruim para nosso futuro”, discursou.
Uma dessas ações, segundo Obama, será a transferência de recursos da área de segurança para as regiões de fronteira.
O presidente também disse ter enviado uma carta ao Congresso pedindo apoio aos legisladores para a liberação de dinheiro adicional e, assim, aumentar a margem de manobra para ações na fronteira sul dos EUA.
Crise na fronteira
Desde outubro, mais de 52 mil menores viajando sem os pais foram pegos cruzando ilegalmente a fronteira sudoeste, incluindo 9.000 só em maio, um recorde, segundo o jornal “The New York Times”.
O aumento da imigração também envolveu 39 mil adultos com crianças detidas desde outubro, outro número sem precedentes. As autoridades estimam que, durante este ano fiscal, vão apreender mais de 240 mil imigrantes ilegais no vale do Rio Grande, na fronteira com o México, sendo três quartos da América Central.
Muitos migrantes dizem que estão fugindo da pobreza e da violência das gangues em casa. Alguns são atraídos por rumores de que os Estados Unidos estavam dando autorizações de entrada para mulheres e crianças.
Mas muitos, especialmente os mais jovens, estão vindo para se reconectar com as famílias, na esperança de se unirem aos pais ou parentes próximos que vivem no país, muitas vezes sem documentos.
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