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Assange chega à Austrália: 'Precisa de tempo antes de falar', diz esposa

O avião com Julian Assange a bordo pousou em Camberra, capital da Austrália, nesta quarta-feira (26). O australiano é agora um "homem livre" após um acordo com a Justiça dos EUA.

O que aconteceu

Ao deixar a aeronave, ele encontrou a esposa Stella Assange e o pai, John Shipton. Imagens foram publicadas pelo perfil de campanha pela libertação dele nas redes sociais.

Stella pediu privacidade para ele e para a família. Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (26), ela afirmou que a prioridade do marido é se recuperar do tempo na prisão de segurança máxima e da viagem até a Austrália, que durou mais de dois dias.

Expectativa de perdão. Stella também afirmou que mudar a Lei de Espionagem e, eventualmente, aumentar a pressão para que os EUA perdoem Assange devem ser as prioridades da imprensa para evitar que casos como esse voltem a ocorrer.

Julian quer agradecer muito a todos. Ele gostaria de estar aqui, mas vocês precisam entender pelo que ele passou. Ele precisa de tempo. Peço que nos deem espaço e privacidade para achar o nosso lugar, para deixar a nossa família ser uma família antes de ele falar novamente sobre o assunto, no tempo que ele escolher.
Stella Assange, esposa de Julian Assange

Esposa de Julian agradeceu ao público da Austrália pela ajuda. Stella Assange afirmou que a união do governo e da oposição em busca da libertação dele foi essencial para a conquista.

Precedente é perigoso, diz advogada. "Embora o acordo de confissão não defina uma decisão, a própria acusação estabelece um precedente que pode ser usado contra o resto da mídia", afirmou Jennifer Robinson, membro da equipe de advogados de Assange.

Acordo com os EUA

O fundador do WikiLeaks fez um acordo de admissão de culpa após 14 anos de batalha judicial. Ele havia deixado a prisão no Reino Unido na segunda-feira (24), e passou por um tribunal federal dos EUA nas Ilhas Marianas do Norte, no Pacífico.

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"Trabalhando como jornalista, motivei minha fonte a fornecer material confidencial", declarou Assange no tribunal, em referência à soldado americana Chelsea Manning, que vazou as informações.

Assange não poderá viajar aos Estados Unidos sem autorização, informou o Departamento de Justiça em um comunicado. "Com este julgamento, parece que você poderá sair desta sala de audiência como um homem livre", declarou a juíza Ramona V. Manglona.

Documentos vazados e declaração de culpa

Mais de 700 mil documentos confidenciais vazados. Assange ganhou notoriedade em 2010 após ter vazado relatórios sobre atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, principalmente no Iraque e no Afeganistão.

Documentos foram publicados em seu site, WikiLeaks, e reproduzidos em parceria com outros veículos tradicionais. O vazamento foi considerado ilegal pelo governo americano. Já os seus defensores alegaram liberdade de imprensa.

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A Justiça dos EUA acusou Assange de 18 crimes relacionados a violação da Lei de Espionagem. Ele se declarou culpado de uma única acusação: a de conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais. O acordo firmado levou a uma condenação de 62 meses de prisão, o equivalente ao tempo que já cumpriu na prisão de alta segurança de Belmarsh, no Reino Unido.

Com AFP

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