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Polícia cerca centro de Sydney por suspeita de sequestro em café

Possíveis reféns são mantidos dentro de um café na região central de Sidney, na Austrália - Reprodução/Twitter/@daiiytelegraph
Possíveis reféns são mantidos dentro de um café na região central de Sidney, na Austrália Imagem: Reprodução/Twitter/@daiiytelegraph

Do UOL, em São Paulo

14/12/2014 22h59

A polícia australiana cercou parte da região central de Sydney, após receber chamado por volta das 10h do horário local sobre um suposto sequestro a uma café. O Lindt Chocolat Cafe fica na Martin Place, no centro financeiro da cidade, e imagens de TV mostravam uma bandeira preta com inscrições em árabe pendurada na janela e pessoas viradas para ela.

Segundo a imprensa local, dois homens armados sequestraram pelo menos 13 pessoas, embora a polícia não tenha confirmado estes dados, indicando apenas que havia uma operação em curso. Da parte de fora puderam ser vistos pelo menos três pessoas dentro do local com as mãos apoiadas nos vidros da entrada. O Sydney Opera House, conhecido ponto turístico do país, também foi interditado pela polícia, que evacuou as pessoas do local.

Dois supostos reféns, ambos mulheres, seguraram contra a vidraça da lanchonete uma bandeira negra com um texto em árabe no qual se lê "Não há outro Deus que Alá e Maomé é o mensageiro de Deus". A emissora "ABC" afirma que não é um emblema do Estado Islâmico (EI), mas uma shahada ou declaração de fé islâmica.
 
Na parte de fora da lanchonete Lindt se pode ver que uma das mulheres tem os olhos vendados e por trás um homem usa um lenço ou algo parecido na cabeça.
Ao redor da área há mais de 20 homens de unidades especiais e cerca de 50 agentes e detetives à paisana e com coletes à prova de balas.
 
Quase todos os meios de comunicação australianos transmitem ao vivo do local, no setor comercial de Martin Place, onde fica o Banco da Reserva, o centro de notícias do "Canal 7" e perto do Parlamento estadual de Nova Gales do Sul. Os ônibus que transitam pela região foram desviados, segundo a "ABC".
 
O governo convocou uma reunião da Comissão Nacional de Segurança, e o primeiro-ministro do país, Tony Abbott, descreveu a situação como um "incidente muito preocupante". Abbott garantiu que as forças de segurança agirão de maneira "profissional".
 
O fato coincide com a detenção, em uma operação em separado, de um homem de 25 anos no noroeste de Sydney por supostos delitos por terrorismo. A detenção está ligada a um plano para realizar um ataque terrorista em solo australiano e a facilitação do deslocamento de cidadãos australianos para a Síria, segundo a imprensa local.
 
Em setembro, as autoridades australianas elevaram o alerta terrorista para "alto", devido à possibilidade de possíveis ataques terroristas a cargo de uma só pessoa, pequenos grupos ou grandes organizações. 

"Corremos para a janela e tivemos a visão horrorosa de gente com as mãos para o alto contra os vidros do café", contou Patrick Byrne, produtor do canal de TV Channel Seven, que trabalha em frente ao local, à Australian Broadcasting Corporation.

Premiê diz estar rezando

Um comunicado do premiê de New South Wales, Mike Baird, diz "Todos os meus pensamentos e orações estão com os afetados pela situação em Martin Place e na Polícia que é treinada para lidar com esses eventos. Falei com o comissário de polícia Andrew Scipione e tenho plena confiança na polícia que está trabalhando efetivamente para resolver a situação. Estou disposto a dar mais informações, conforme apropriado", disse.

(Com agências)