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Bélgica detém 13 pessoas em operações antiterroristas pelo país

Morador de Viviers, no leste da Bélgica, publica imagem da movimentação da polícia em um dos locais onde ocorreu a operação - Reprodução/Twitter/NathanSoret
Morador de Viviers, no leste da Bélgica, publica imagem da movimentação da polícia em um dos locais onde ocorreu a operação Imagem: Reprodução/Twitter/NathanSoret

Do UOL, no Rio

16/01/2015 09h01Atualizada em 16/01/2015 11h34

A polícia belga deteve 13 pessoas em uma operação antiterrorista na quinta-feira (15) na Bélgica com o objetivo de desmantelar um grupo que se preparava para cometer atentados para matar policiais, anunciou o Ministério Público do país.

O órgão também afirmou, em uma entrevista coletiva, que pedirá a extradição de dois belgas detidos na França no âmbito desta investigação, embora não exista relação com os ataques de Paris da semana passada. "Parece que não há vínculo: o vínculo que existe é a vontade dos terroristas de atacar nossos valores e nossos cidadãos", explicou o o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

A operação belga abateu, perto da fronteira com a Alemanha, dois supostos jihadistas. A polícia encontrou várias armas em sua operação de Verviers, leste da Bélgica, entre elas "quatro armas de guerra do tipo kalashnikov, quatro armas curtas, assim como muitas munições e explosivos".

Também foram apreendidos uniformes da polícia, celulares e material de radiocomunicação, informou o Ministério Público. O porta-voz do órgão, Thierry Werts, descartou que se trate de uma operação europeia, "é principalmente uma operação belga" que começou há semanas.

"A investigação prossegue", acrescentou, sem indicar se toda a célula foi desmantelada, mas destacou "o fato de terem sido realizadas prisões importantes".

Ações paralelas

Pelo menos 12 pessoas foram detidas na madrugada desta sexta-feira (16) em Paris em uma operação policial relacionada com os atentados da semana passada. Os detidos, nove homens e três mulheres, serão interrogados sobre o possível apoio logístico que podem ter fornecido aos criminosos, com armas e veículos.

Nos últimos dias, os investigadores vigiaram pessoas localizadas a partir de elementos de DNA e de escutas telefônicas realizadas no entorno dos irmãos Said e Cherif Kouachi e de Amedy Coulibaly, que assassinaram 17 pessoas em vários ataques ao longo de três dias.

A polícia alemã prendeu, também nesta madrugada, em Berlim, dois cidadãos turcos, supostamente ligados à organização terrorista EI (Estado Islâmico), suspeitos de terem cometido um atentado na Síria. A polícia relatou, no entanto, que não há indícios de que os dois detidos estivessem planejando um atentado na Alemanha.

Na noite de quinta-feira, a polícia alemã fez outra detenção, em Wolfsburg, no norte do país, de um suposto membro do EI de 26 anos. A justiça espanhola também abriu uma investigação preliminar para esclarecer a permanência de Coulibaly em Madri com sua companheira dias antes do ataque em Paris.

Ataques e vítimas

No último dia 7 de janeiro, dois homens armados, posteriormente identificados como os irmãos Kouachi, abriram fogo contra a sede da revista francesa "Charlie Hebdo", em Paris, matando 12 pessoas, entre elas oito jornalistas. Outras onze pessoas ficaram feridas no ataque.

Dois dias depois, Amedy Coulibaly, 32 tomou um mercado kosher na capital francesa, após matar uma policial. Ele foi morto com a ação da polícia, após, segundo as autoridades, ter matado quatro reféns, e ferido outros quatro.

Quase simultaneamente, os irmãos Kouachi fizeram um refém em uma fábrica próximo do aeroporto internacional Charles de Gaulle, na região metropolitana de Paris. Eles também foram mortos pela polícia que libertou o refém. (Com agências internacionais)