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Homem faz 5 reféns em mercado judaico em Paris; governo nega mortes

A polícia francesa divulgou imagens dos suspeitos de participar de um tiroteio em um mercado kosher (judaico) no leste de Paris nesta sexta-feira (9) - AFP
A polícia francesa divulgou imagens dos suspeitos de participar de um tiroteio em um mercado kosher (judaico) no leste de Paris nesta sexta-feira (9) Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

09/01/2015 11h04Atualizada em 09/01/2015 13h49

Um tiroteio foi registrado no leste de Paris nesta sexta-feira (9) em um mercado kosher (judaico), informam agências e jornais internacionais. Ao menos cinco pessoas foram feitas reféns por um homem armado dentro do estabelecimento, em Vincennes.

No norte do país, outra situação com reféns também acontece simultaneamente. Em Dammartin-en-Goele, a cerca de 40 km da capital, não muito longe do aeroporto Charles de Gaulle, polícia diz ter fortes indícios de que os dois suspeitos de terem cometido o atentado à revista "Charlie Hebdo", que matou 12 pessoas, em Paris, fizeram uma pessoa refém em uma pequena empresa especializada em impressão e publicidade.

A imprensa francesa divulgou que ao menos duas pessoas foram mortas. Mas o Ministério do Interior negou a informação, tampouco confirmou uma pessoa que teria ficado ferida gravemente ao levar um tiro no supermercado.

De acordo com a AFP, o homem, que estava armado com duas pistolas automáticas e um fuzil, atirou contra duas pessoas antes de entrar no mercado. "É extremamente perigoso", diz fonte do jornal. "Ele tem dois fuzis". Ao falar em direção aos policiais que cercam o local, o suspeito teria dito: "Vocês sabem muito bem quem eu sou".
 
homem é o mesmo que matou uma policial e feriu um funcionário da limpeza em Montrouge, na periferia ao sul de Paris, na quinta-feira (8). 
 
A polícia divulgou hoje retratos de dois suspeitos pelo tiroteio de ontem: um homem, Amedy Coulibaly, 32, e sua namorada, Hayat Boumeddiene, 26.
 
A direção de uma escola que fica nas proximidades do mercado informou por meio de seu site que os alunos estão em segurança dentro da unidade. O tráfego foi parcialmente interrompido em três linhas de trem e uma do metrô de Paris, perto do Porte de Vincennes, por "questões de segurança", informou pelo Twitter a RATP, empresa responsável pelo transporte público da região.
 
As ruas próximas ao mercado foram evacuadas, e a polícia orientou os moradores da localidade a ficar em suas casas. Um homem que estava no mercado quando o tiroteio começou contou à emissora de rádio Europe1 que "as pessoas estavam comprando quando um homem entrou com uma arma e começou a atirar para todos os lados. Consegui fugir dois segundos depois". Segundo o homem, os tiros continuaram depois que ele deixou o local.
 
O presidente da França, François Hollande, pediu para que o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, vá até o local onde pessoas estão sendo feitas reféns.
 

Ligação entre casos

 
As autoridades francesas haviam afirmado até então não haver aparentemente ligação entre os dois casos, mas as investigações teriam confirmado a existência dessa conexão.
 
"Fatos recentes permitiram que a investigação avançasse para estabelecer uma conexão", indicou a fonte policial à AFP, sem dar mais detalhes.
 

Segundo a agência Reuters, o ofensor que se acredita ser responsável por disparar os tiros na área de Montrouge conhecia Cherif e Said Kouachi, os irmãos suspeitos de matar 10 jornalistas e dois policiais no atentado de quarta-feira contra o jornal.

 

Os três homens eram todos membros da mesma célula jihadista parisiense que dez anos atrás enviou jovens voluntários franceses ao Iraque para combater as forças dos Estados Unidos.

 

Cherif Kouachi chegou a ficar 18 meses preso devido ao seu papel no grupo.

 

O suspeito pelo crime de Montrouge foi condenado em 2010 por seu envolvimento em uma tentativa malsucedida de libertar da prisão Smain Ali Belkacem, autor do ataque de 1995 contra o sistema de transporte de Paris, em que oito pessoas foram mortas e 120 ficaram feridas.