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Juiz que bloqueou novo decreto migratório de Trump recebe ameaças, diz FBI

Juiz Derreck Watson, do tribunal de Honolulu, no Havaí - George F. Lee/AP
Juiz Derreck Watson, do tribunal de Honolulu, no Havaí Imagem: George F. Lee/AP

Do UOL, em São Paulo

24/03/2017 03h32

O juiz de um tribunal havaiano que suspendeu temporariamente, na quarta-feira da semana passada, o novo decreto migratório do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem recebido ameaças desde então. A informação, segundo a rede de TV CNN, é do FBI.

De acordo com a emissora, a porta-voz da agência federal de investigação, Michele Ernst, disse que o órgão está ciente da situação e trabalhando no caso, não oferecendo, no entanto, mais informações sobre a investigação em andamento que busca identificar de quem e de onde partiram as ameaças.

Em um despacho de 43 páginas, Watson deixou sem efeito a medida com a qual o presidente norte-americano pretendia suspender a entrada no país de imigrantes de seis países de maioria muçulmana e de refugiados. Afirmou em sua decisão que o texto era discriminatório, com base apenas na nacionalidade dos imigrantes. 

A decisão do juiz --que atendeu a pedido apresentado pelo procurador-geral do Estado do Havaí, o democrata Doug Chin, que alegou inconstitucionalidade-- se aplica a todo o país e foi a segunda derrota do governo de Trump na Justiça. Seu primeiro decreto havia sido suspenso em fevereiro.

A medida bloqueada por Watson suspendia por 120 dias o programa de amparo a refugiados e por 90 a entrada de pessoas procedentes do Irã, Somália, Sudão, Síria, Iêmen e Líbia. O primeiro decreto incluía a Turquia à lista de países e bania os refugiados sírios de forma permanente.

Watson não é o único juiz a analisar o futuro da ordem presidencial. Há outros dois, sendo que, um deles, o juiz federal Theodore Chuang, de Maryland, bloqueou especificamente a proibição de 90 dias de imigração para cidadãos de seis países de maioria muçulmana.

Após o veto de Watson, Trump afirmou em discurso em Nashville que a decisão é "sem precedentes" e faz com que os EUA pareçam um país mais fraco. "Vamos brigar contra essa terrível decisão, vamos chegar até a Suprema Corte, ganhar e manter seguro o nosso país e nossos cidadãos", disse Trump.

Desde os atentados em Nova York e Washington, em setembro de 2001, todos os ataques graves nos Estados Unidos foram cometidos por americanos ou pessoas de países que não fazem parte dos seis incluídos no decreto presidencial. 

(Com agências internacionais.)