Após doze mortes, oposição marca protestos na Venezuela neste fim de semana
A situação quente na Venezuela não deve esfriar nos próximos dias. Mesmo com mais de dez mortes relacionadas a manifestações pelo país, a oposição ao governo de Nicolás Maduro no país sul-americano já anunciou novos atos para este fim de semana.
No sábado, os oposicionistas da MUD (Mesa de la Unidad Democrática) convocaram protestos que partirão de 20 pontos a oeste de Caracas às 10h da manhã (horário local). A intenção é que o ato chegue até a Conferência Episcopal da Venezuela.
O protesto, chamado pelos oposicionistas como “marcha do silêncio pelos mortos” e cujos participantes devem vestir roupas brancas, ocorre após uma noite de caos na madrugada desta sexta-feira (21), com 12 mortos e seis feridos.
Mortes e troca de acusações
A situação tensa na Venezuela chegou ao nível mais quente nas últimas semanas. A madrugada da última sexta (21), com mais protestos no país, terminou com 12 mortos e seis feridos. Outras três pessoas já haviam morrido em meio a manifestações nesta semana e o número total desde a intensificação das marchas, há três semanas, chega a 20.
Dos doze mortos na tragédia mais recente, oito eram saqueadores que morreram eletrocutados ao tentar invadir uma padaria. O caso rendeu mais uma troca de acusações entre o governo venezuelano e a oposição do país.
A oposição acusa que os saques foram promovidos pelo próprio governo e por grupos paramilitares. Já o governo acusa os oposicionistas de promoverem confusões em meio às marchas no país e de pagarem grupos armados para promoverem atos ilegais.
Das outras quatro mortes da tensa madrugada tomada por uma onda de saques no país, ao menos duas pessoas foram baleadas. A polícia e o Ministério Público dizem que as mortes são investigadas.
Desde 4 de abril, foram realizados 1.289 prisões no país, segundo Gonzalo Himiob, diretor do fórum penal venezuelano. O diretor, que também é advogado, afirmou ainda que nunca se chegou aos níveis extremos de apreensão como os atuais no país.
O que a oposição quer
A crise venezuelana se intensificou a partir do dia 29 de março, quando o STJ (Supremo Tribunal de Justiça), pró-Maduro, decidiu assumir os poderes da Assembleia Nacional, de maioria oposicionista. Nem o fato de a Corte ter voltado atrás três dias depois impediu a nova onda de revolta.
A decisão da Controladoria Geral da Venezuela de cassar por 15 anos os direitos políticos de Henrique Caprilles, principal rival de Maduro e nome provável para a eleição do próximo ano, também deixou os ânimos mais acirrados.
Em suas marchas, a oposição venezuelana pede a saída dos juízes da Suprema Corte que atuaram na perda dos direitos da Assembleia Nacional, a realização de eleições gerais ainda neste ano, a criação de um canal humanitário para a entrada de medicamentos em escassez no país e a libertação de presos políticos.
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