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Após ataque em Manchester, Reino Unido sobe alerta de terrorismo para iminente

Xinhua
Imagem: Xinhua

Do UOL, em São Paulo

23/05/2017 18h05Atualizada em 23/05/2017 19h12

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse nesta terça-feira (23) que o nível de alerta no país passou de "severo" para "crítico", o que indica o risco iminente de um novo atentado. Segundo a premiê, a mudança foi feita pela possibilidade de que o autor do ataque terrorista em Manchester tenha sido parte de uma rede e feito contatos para promover a explosão.

May indicou ainda que 5.000 militares farão a segurança para apoiar policiais, mas que serão comandados pela polícia britânica. Eles serão responsáveis pela segurança em áreas públicas, como o Parlamento, e áreas de grande movimento e aglomerações, como shows e eventos esportivos e estações ferroviárias.

"Não podemos ignorar a possibilidade de que um grupo mais amplo de indivíduos esteja ligado ao atentado de Manchester", disse May.

O alerta de terror foi classificado como "crítico" somente em duas outras ocasiões no país. A primeira foi em 2006, após a revelação de um plano para explodir aviões durante a travessia do Atlântico; a segunda vez foi no ano seguinte, depois de um ataque no aeroporto de Glasgow, na Escócia.

Desde 2014, o nível de alerta mantinha-se em "severo", o quarto mais alto, que indica que "um ataque é altamente provável".

"Não quero que a população se sinta alarmada. Enfrentamos uma séria ameaça terrorista em nosso país por muitos anos e a resposta operacional que acabo de definir é proporcional e sensata de acordo com a ameaça que nossos especialistas em segurança julgam que enfrentamos. Peço a todos que estejam vigilantes, que cooperem e apoiem a polícia no seu importante trabalho", disse.

Terrorista era britânico

A premiê confirmou ainda que Salman Abedi, um britânico de 22 anos, é o autor do ataque e pode não ter agido sozinho, sendo parte de um grupo de pessoas muito maior. A imprensa britânica diz que Abedi nasceu em Manchester em 1994 e era filho de líbios que fugiram do regime de Muammar Gaddafi. 

"O trabalho durante todo o dia revelou que não podemos ignorar a possibilidade de que haja um grupo mais amplo de indivíduos ligados ao ataque", afirmou May, que, junto com os demais partidos, suspendeu os atos da campanha eleitoral para as eleições gerais de 8 de junho.

Segundo Ian Hopkins, chefe da polícia de Manchester, o atentado foi cometido com o uso de artefatos "improvisados". A explosão foi realizada na saída de um show da cantora pop Ariana Grande, cujo público é formado em sua maioria por crianças e adolescentes. Muitos pais aguardavam os filhos na saída da Manchester Arena no momento da explosão.

Este é o atentado mais sangrento no Reino Unido em 12 anos. No dia 7 de julho de 2005, quatro atentados coordenados ao mesmo tempo, na hora do rush, em três linhas do metrô e em um ônibus de Londres causaram 52 mortos e 700 feridos nos transportes da capital. Os quatro agressores morreram.

Há dois meses, em 22 de março, cinco pessoas morreram em Londres quando um homem atropelou com seu carro os pedestres que passeavam próximo ao Parlamento.