Trump cumprimenta Putin e sofre pressão sobre acordo do clima
O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apertaram as mãos durante seu primeiro encontro cara a cara na cúpula do G20 em Hamburgo. "Eles apertaram as mãos um do outro e disseram que logo farão uma reunião separada, que logo se verão", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
Putin e Trump devem realizar conversas detalhadas nos bastidores da cúpula ainda nesta sexta-feira (7). Quando perguntado se Putin está ansioso para as conversas e se ele tem muitas perguntas para Trump, Peskov disse que sim.
O líder russo foi totalmente informado sobre a descrição feita por Trump na quinta-feira do comportamento de Moscou como desestabilizador, acrescentou Peskov, e levará esse e outros comentários de autoridades norte-americanas em consideração.
Além disso, líderes mundiais aumentaram a pressão para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, faça concessões em relação ao clima e ao comércio na largada da cúpula do G20 na Alemanha, em meio a confrontos entre policiais e manifestantes.
Em um comunicado conjunto emitido enquanto os líderes mundiais se reuniam em um vasto centro de convenções de Hamburgo, o grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia e China, pediu em comunicado que o G20 pressione pela implantação do acordo climático de Paris, apesar de Trump ter decidido retirar seu país do pacto no mês passado.
"O acordo de Paris contra a mudança climática é um consenso importante que não vem facilmente e não deve ser abandonado facilmente", disse o presidente chinês, Xi Jinping.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que os líderes do G20 irão exortar Trump a reconsiderar sua decisão sobre Paris.
"Não iremos renegociar o acordo de Paris, ele permanece, mas quero ver os EUA procurando maneiras de voltar a ele", disse ela à rede BBC.
A reunião ocorre em um momento de grandes alterações no cenário geopolítico global, no qual as políticas "A América em Primeiro Lugar" de Trump estão aproximando a Europa e a China.
Trump irá conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, pela primeira vez na tarde desta sexta-feira (7), um encontro que será acompanhado com atenção devido às alegações de agências de inteligência dos EUA de que Moscou interferiu na eleição norte-americana para ajudar Trump a vencer.
A cúpula também aproxima Trump e Xi em um momento no qual Washington está aumentando a pressão para que Pequim contenha a Coreia do Norte e ameaçando os chineses com medidas comerciais punitivas.
A chanceler alemã e anfitriã, Angela Merkel, enfrenta a tarefa de guiar seus colegas rumo a um consenso sobre comércio, clima e migração -- todos temas que se tornaram mais polarizados desde que Trump assumiu a Casa Branca meio ano atrás.
Ela terá uma eleição em pouco menos de dois meses e não pode parecer submissa a Trump, que é profundamente impopular na Alemanha, e tampouco irá se mostrar disposta a um confronto declarado que poderia agravar as tensões com Washington.
"Existe um equilíbrio bastante delicado que Angela Merkel terá que navegar de certa maneira, porque não está claro que ser agressivo não irá só criar um problema de credibilidade ainda maior para a cooperação do G20", disse o ministro das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani Indrawati.
Manifestantes impedem Melania Trump de deixar hotel
Manifestantes contrários ao G20 bloquearam nesta sexta-feira (7) a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, impedindo-a de deixar seu hotel em Hamburgo, informou a agência de notícias alemã DPA. Melania deveria comparecer ao programa oficial de eventos programados para cônjuges dos líderes dos 20 países-membros do G20.
Um porta-voz da primeira-dama norte-americana informou que ela não conseguiu deixar a residência por "motivos de segurança". "Não recebemos o 'ok' da polícia para deixar a casa", informou.
O presidente dos EUA, Donald Trump, um dos principais alvos dos protestos em Hamburgo, foi obrigado a enfrentar a pressão dos manifestantes durante seu trajeto para os compromissos oficiais.
O republicano, porém, precisou fazer desvios no caminho. Desde o início da semana, a cidade de Hamburgo é palco de protestos contra a cúpula do G20, que ocorre entre hoje e amanhã. A tensão, porém, elevou-se na noite de ontem (6), quando manifestantes e policiais entraram em confronto.
Nesta manhã, na abertura da cúpula, o clima de violência continuou e a polícia usou canhões de água para conter os manifestantes. Hamburgo, cidade natal da chanceler alemã, Angela Merkel, a anfitriã da cúpula do G20, deve receber mais de 50 mil manifestantes entre hoje e amanhã, em dezenas de protestos.
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