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Furacão Maria deixa ao menos 13 mortos em Porto Rico; duas cidades são evacuadas

Do UOL, em São Paulo

22/09/2017 15h49

Ao menos 13 pessoas morreram e outras 700 foram resgatadas após a passagem do devastador furacão Maria por Porto Rico. Além de fortes inundações, o país sofre ainda com a falta de eletricidade, água potável e comunicações. Duas cidades foram evacuadas por risco do rompimento da represa de Guajataca, no noroeste da ilha.

Os cidadãos estão sendo desalojados "o mais rápido possível" de Isabela e Quebradilla, segundo informou o Serviço Nacional de Meteorologia (SNM), que advertiu que a situação é "extremamente perigosa".

A falha na estrutura da represa se deve ao excesso de capacidade pelas chuvas e transbordamentos dos rios provocados pelo ciclone em sua passagem esta semana por Porto Rico, o que está fazendo com que sua estrutura esteja cedendo.

De acordo com dados oficiais do Centro Geológico dos Estados Unidos, a água, antes da passagem do furacão, já tinha subido quase um metro por conta das chuvas. Antes da ordem de evacuação, o SNM já tinha advertido do perigo de inundações na área.

As autoridades locais recomendaram à população que busque refúgio em "lugares mais altos" que a represa, que foi construída em 1920. 

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O furacão Maria causou fortes estragos na cidade de Cataño, em Porto Rico
Imagem: Hector Retamal/AFP

Situação ainda é grave 

Mesmo rebaixado para categoria 3 --depois de atingir a categoria máxima de 5--, o furacão continua a ser uma ameaça para Porto Rico

Estão previstas chuvas torrenciais que agravarão as inundações no território de 3,4 milhões de habitantes, que poderão ficar sem eletricidade durante vários meses e com uma rede de telecomunicações bastante danificada

O presidente americano, Donald Trump, declarou o território "zona de grande desastre", o que libera fundos ilimitados de ajuda federal para a ilha. "Porto Rico está totalmente devastado e em um estado muito delicado", disse ele. 

O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, alertou que a situação ainda pode ficar pior. "O que provoca mais mortes neste tipo de evento é a chuva", explicou ele, recordando que a ilha sofre com as chuvas deixadas pela cauda de Maria, apesar de o olho do furacão já estar mar adentro.

"Antecipamos que seria o maior desastre do século em Porto Rico e efetivamente assim o foi", acrescentou Rosselló. 

Casa fica totalmente devastada após passagem do furacão Maria, em Cataño, em Porto Rico - Hector Retamal/AFP - Hector Retamal/AFP
Casa fica totalmente devastada após passagem do furacão Maria, em Cataño, em Porto Rico
Imagem: Hector Retamal/AFP
 

Água até o segundo andar 

Um vídeo difundido nas redes sociais por uma moradora do bairro de Toa Baja mostra a água invadindo o segundo andar de sua casa.

"Estamos presos, Deus nos ajude. Não podemos fazer nada", lamenta a mulher. "Não podemos subir no telhado por causa do vento, vejam as ondas", acrescenta.
 

Durante a noite, dezenas de famílias foram resgatadas deste bairro, um subúrbio da capital de San Juan, que inundou quando um lago transbordou.

"Todos nós vivemos a pior noite de nossa vida, mas os boricuas têm uma grande força interior", comentou, por sua vez, Iris Rivera, de 53 anos, morador da capital. "Todo mundo está ajudando a limpar, a organizar o trânsito, a apoiar seu vizinho".

Em Ocean Park, uma zona turística de San Juan, também está debaixo da água. Residentes presos no segundo andar de suas casas observam a inundação, enquanto outros, em botes e caiaques, verificam se seus vizinhos estão bem.

Vários comércios foram saqueados e não se via muita presença policial, apesar de o governo informar sobre várias prisões.

O governo declarou toque de recolher noturno e estendeu até a Lei Seca até sábado.

"A San Juan que conhecíamos desapareceu", afirmou a prefeita da capital, Carmen Yulin Cruz, que alertou que a ilha poderá ficar privada de eletricidade de quatro a seis meses.

Próximo destino de Maria 
Furacao_Maria - NOAA/AFP - NOAA/AFP
Imagem de satélite mostra avanço do furacão Maria pelo Caribe
Imagem: NOAA/AFP

Em seu mais recente boletim, o Centro Nacional de Furacões disse que Maria perdeu força (categoria 3) e segue com ventos de 205 Km/h. O furacão está a 145 quilômetros das ilhas Turcas e Caicos e a 675 quilômetros de Nassau (Bahamas). 

As ilhas Turcas e Caicos, um território britânico, já sofrem com os fortes ventos e chuvas.

O governo local colocou à disposição dos habitantes novos refúgios, uma vez que as instalações disponibilizadas antes sofreram danos com a passagem do furacão Irma, no início do mês.

Devastação no Caribe 
Em Punta Cana, na República Dominicana, terremoto causou destruição e inundações - Ricardo Rojas/Reuters - Ricardo Rojas/Reuters
Em Punta Cana, na República Dominicana, terremoto causou destruição e inundações
Imagem: Ricardo Rojas/Reuters
 

O furacão maria deixou 33 mortos em sua passagem pelo Caribe, sendo duas vítimas fatais em Guadalupe, 15 em Dominica e três no Haiti.

Na República Dominicana, o furacão deixou sem energia 140.000 pessoas e causou inundações devido à cheia dos rios.

O Centro de Operações de Emergência (COE) ordenou a evacuação obrigatória em 26 das 32 províncias do país e mais de 17.000 pessoas foram evacuadas.

Quase 3.000 moradias reportaram danos e, segundo o COE, 15 comunidades ficaram isoladas pelas cheias dos rios e uma ponte desabou. (*Com informações de agências de notícias.)