Furacão Maria deixa ao menos 13 mortos em Porto Rico; duas cidades são evacuadas
Ao menos 13 pessoas morreram e outras 700 foram resgatadas após a passagem do devastador furacão Maria por Porto Rico. Além de fortes inundações, o país sofre ainda com a falta de eletricidade, água potável e comunicações. Duas cidades foram evacuadas por risco do rompimento da represa de Guajataca, no noroeste da ilha.
Os cidadãos estão sendo desalojados "o mais rápido possível" de Isabela e Quebradilla, segundo informou o Serviço Nacional de Meteorologia (SNM), que advertiu que a situação é "extremamente perigosa".
A falha na estrutura da represa se deve ao excesso de capacidade pelas chuvas e transbordamentos dos rios provocados pelo ciclone em sua passagem esta semana por Porto Rico, o que está fazendo com que sua estrutura esteja cedendo.
De acordo com dados oficiais do Centro Geológico dos Estados Unidos, a água, antes da passagem do furacão, já tinha subido quase um metro por conta das chuvas. Antes da ordem de evacuação, o SNM já tinha advertido do perigo de inundações na área.
As autoridades locais recomendaram à população que busque refúgio em "lugares mais altos" que a represa, que foi construída em 1920.
Situação ainda é grave
Mesmo rebaixado para categoria 3 --depois de atingir a categoria máxima de 5--, o furacão continua a ser uma ameaça para Porto Rico
Estão previstas chuvas torrenciais que agravarão as inundações no território de 3,4 milhões de habitantes, que poderão ficar sem eletricidade durante vários meses e com uma rede de telecomunicações bastante danificada
O presidente americano, Donald Trump, declarou o território "zona de grande desastre", o que libera fundos ilimitados de ajuda federal para a ilha. "Porto Rico está totalmente devastado e em um estado muito delicado", disse ele.
O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, alertou que a situação ainda pode ficar pior. "O que provoca mais mortes neste tipo de evento é a chuva", explicou ele, recordando que a ilha sofre com as chuvas deixadas pela cauda de Maria, apesar de o olho do furacão já estar mar adentro.
"Antecipamos que seria o maior desastre do século em Porto Rico e efetivamente assim o foi", acrescentou Rosselló.
Água até o segundo andar
Um vídeo difundido nas redes sociais por uma moradora do bairro de Toa Baja mostra a água invadindo o segundo andar de sua casa.
"Estamos presos, Deus nos ajude. Não podemos fazer nada", lamenta a mulher. "Não podemos subir no telhado por causa do vento, vejam as ondas", acrescenta.
Durante a noite, dezenas de famílias foram resgatadas deste bairro, um subúrbio da capital de San Juan, que inundou quando um lago transbordou.
"Todos nós vivemos a pior noite de nossa vida, mas os boricuas têm uma grande força interior", comentou, por sua vez, Iris Rivera, de 53 anos, morador da capital. "Todo mundo está ajudando a limpar, a organizar o trânsito, a apoiar seu vizinho".
Em Ocean Park, uma zona turística de San Juan, também está debaixo da água. Residentes presos no segundo andar de suas casas observam a inundação, enquanto outros, em botes e caiaques, verificam se seus vizinhos estão bem.
Vários comércios foram saqueados e não se via muita presença policial, apesar de o governo informar sobre várias prisões.
O governo declarou toque de recolher noturno e estendeu até a Lei Seca até sábado.
"A San Juan que conhecíamos desapareceu", afirmou a prefeita da capital, Carmen Yulin Cruz, que alertou que a ilha poderá ficar privada de eletricidade de quatro a seis meses.
Próximo destino de Maria
Em seu mais recente boletim, o Centro Nacional de Furacões disse que Maria perdeu força (categoria 3) e segue com ventos de 205 Km/h. O furacão está a 145 quilômetros das ilhas Turcas e Caicos e a 675 quilômetros de Nassau (Bahamas).
As ilhas Turcas e Caicos, um território britânico, já sofrem com os fortes ventos e chuvas.
O governo local colocou à disposição dos habitantes novos refúgios, uma vez que as instalações disponibilizadas antes sofreram danos com a passagem do furacão Irma, no início do mês.
Devastação no Caribe
O furacão maria deixou 33 mortos em sua passagem pelo Caribe, sendo duas vítimas fatais em Guadalupe, 15 em Dominica e três no Haiti.
Na República Dominicana, o furacão deixou sem energia 140.000 pessoas e causou inundações devido à cheia dos rios.
O Centro de Operações de Emergência (COE) ordenou a evacuação obrigatória em 26 das 32 províncias do país e mais de 17.000 pessoas foram evacuadas.
Quase 3.000 moradias reportaram danos e, segundo o COE, 15 comunidades ficaram isoladas pelas cheias dos rios e uma ponte desabou. (*Com informações de agências de notícias.)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.