Topo

Trump retuíta vídeo antimuçulmano da extrema-direita britânica e Reino Unido critica

AFP
Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

29/11/2017 16h07

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou nesta quarta-feira no Twitter vídeos antimuçulmanos postados originalmente pela vice-líder de um grupo britânico de extrema-direita.

Como candidato, Trump pediu um "veto a muçulmanos" e, como presidente, emitiu decretos proibindo a entrada de alguns cidadãos de vários países, mas tribunais impediram em parte que os decretos entrassem em vigor.

Após a repercussão, o Reino Unido criticou o presidente dos Estados Unidos por compartilhar esse material. Trump tem 44 milhões de seguidores em sua conta. 

Jayda Fransen, líder do grupo anti-imigração Reino Unido Primeiro, publicou os vídeos dizendo que eles mostram um grupo de pessoas que são muçulmanas espancando um adolescente até a morte, agredindo um menino de bengalas e destruindo uma estátua cristã.

A decisão de Trump de retuitar os vídeos provocou críticas de ambos os lados do Atlântico, sendo que alguns parlamentares britânicos exigiram uma desculpa e grupos muçulmanos dos EUA afirmaram que era incendiário e imprudente.

"É errado que o presidente tenha feito isso", disse o porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May.

"O Reino Unido Primeiro procura dividir as comunidades através do uso de narrativas odiosas que colocam mentiras e provocam tensões. Eles causam ansiedade às pessoas que respeitam a lei."

A agência Reuters não conseguiu verificar as filmagens de imediato. A própria Fransen disse que eles vieram de várias fontes online que foram postadas em suas páginas de mídia social.

"Estou encantada", disse Jayda Fransen, que tem 53 mil seguidores do Twitter. "A importante mensagem aqui é que Donald Trump se tornou ciente da perseguição e processos contra uma liderança política no Reino Unido por proferir o que a polícia disse ser um discurso anti-islâmico".

Jayda Fransen, assim como o chefe do grupo, foi detida em setembro e acusada de causar assédio religioso agravado devido à distribuição de panfletos e à publicação de vídeos na internet durante o julgamento de um caso envolvendo vários homens muçulmanos acusados, e mais tarde condenados, por estupro.

(Com informações da Reuters)