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Em preparação de cúpula, Coreia do Norte envia oficial aos EUA pela 1ª vez em 18 anos

26.mai.2018 - Kim Yong-chol (à esq.) durante reunião com Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul, e Kim Jong-un - South Korea Presidential Blue House via AP
26.mai.2018 - Kim Yong-chol (à esq.) durante reunião com Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul, e Kim Jong-un Imagem: South Korea Presidential Blue House via AP

29/05/2018 08h14Atualizada em 29/05/2018 13h31

O general Kim Yong-chol, um dos oficiais de mais alta patente da Coreia do Norte, deixou o país nesta terça-feira (29) com destino aos Estados Unidos, duas semanas antes de uma possível cúpula entre os líderes dos dois países, em Singapura.

Trata-se da primeira visita de um alto funcionário de Pyongyang aos Estados Unidos desde 2000, quando o militar Jo Myong-rok teve um encontro com o então presidente Bill Clinton. Yong-chol, vice-presidente do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, aterrissou nesta terça-feira em Pequim, de onde parte na quarta-feira para Nova York.

Na metrópole norte-americana, o norte-coreano se reunirá com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, segundo a Casa Branca, que informou que os dois países continuam em "preparação ativa" para a cúpula.

A viagem foi anunciada na manhã desta terça por Trump. “Reunimos um grande time para nossas conversas com a Coreia do Norte. Encontros relacionados à cúpula, e outras coisas, estão acontecendo. Kim Yong-chol, o vice-presidente da Coreia do Norte, está vindo agora para Nova York. Resposta sólida para minha carta, obrigado!”, escreveu Trump no Twitter.

Trump fez referência à carta que escreveu para Kim Jong-un na semana passada cancelando a cúpula com o líder norte-coreano dia 12 de junho, em Singapura. A mensagem alternou críticas à "hostilidade" da Coreia do Norte ao mesmo tempo em que deixou a porta aberta para as negociações continuarem.

Antes da mensagem de Trump, Pyongyang havia se incomodado com comentários de membros do governo americano, segundo os quais o processo de desnuclearização da Coreia do Norte poderia seguir o modelo da Líbia, cenário que não agrada a Kim.

Logo depois do cancelamento, o próprio Trump afirmou que o encontro ainda poderia acontecer na data prevista ou posteriormente, sinalizando que os dois países haviam voltado a negociar. Caso a cúpula seja confirmada, será a primeira reunião entre um presidente americano em exercício e um líder norte-coreano.

Analistas acreditam que Washington está tentando descobrir se Pyongyang está disposta a aceitar medidas suficientes para uma desnuclearização para que a cúpula aconteça.

General já foi sancionado por ONU e EUA

Kim Yong-chol, que é também diretor do Departamento da Frente Unida, responsável por assuntos intercoreanos, é uma das figuras do regime norte-coreano atingida pelas sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU e pelo Departamento do Tesouro dos EUA.

Ele foi acusado de estar por trás de ataques contra alvos sul-coreanos em 2010, incluindo o lançamento de torpedo contra um navio de guerra que matou 46 marinheiros da Coreia do Sul, assim como a invasão cibernética de 2014 da produtora de filmes Sony Picture.

No ano passado, a tensão entre Pyongyang e Washington atingiu níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950 a 1953), devido aos sucessivos testes nucleares e de misseis balísticos realizados pela Coreia do Norte e à retórica bélica de Trump.

No entanto, desde o início do ano, Kim Jong-un tem procurado uma solução diplomática, tendo já afirmado a possibilidade de o país se desnuclearizar em troca de garantias de segurança dos EUA.

(Com Deutsche Welle)

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