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Ex-agente do Pentágono, dos EUA, é preso acusado de ser espião para a China

Andy Wong/AFP
Imagem: Andy Wong/AFP

Do UOL, em São Paulo*

07/06/2018 04h01

Um ex-funcionário da Agência de Inteligência da Defesa dos Estados Unidos foi preso no último fim de semana, acusado de trabalhar como espião para a China.

O FBI prendeu Ron  Rockwell  Hansen, 58, enquanto ele estava a caminho do Aeroporto Internacional de Seattle, de onde embarcaria para a Ásia. Hansen é fluente em mandarim e visitou a China pela primeira vez em 1981.

Em meio a seus pertences, foram encontrados milhares de dólares em dinheiro, listas de postos de comando cibernético dos EUA na China e um pen  drive protegido com senha, escondido no sapato.

O governo americano acredita que ele tenha passado informações da defesa nacional à China e tenha recebido cerca de US$ 800 mil (R$ 3 milhões) desde 2013 enquanto trabalhava ilegalmente para Pequim.

“Suas supostas ações são uma traição à segurança de nossa nação e ao povo americano e uma afronta a seus antigos colegas da comunidade de inteligência”, disse o Procurador-Geral assistente John C. Demers, no site do Departamento de Justiça dos EUA.

Se condenado, Hansen pode pegar prisão perpétua. Ele também é acusado de “agir como um agente internacional não registrado para a China, contrabando de dinheiro e de bens dos Estados Unidos”, segundo o Departamento de Justiça.

Carreira antes da prisão

Hansen começou a trabalhar na Agência de Defesa e Inteligência, o principal braço de inteligência do Pentágono, em 2006, após ter servido no Exército por mais de 20 anos.

O ex-funcionário do governo americano mantinha um apartamento em Pequim e chegou a se oferecer para trabalhar como um agente duplo para os Estados Unidos contra a China, disse o Departamento de Justiça. O FBI começou a investigá-lo em 2014.

Em 2009, Hansen voluntariamente se encontrou com agentes do FBI nove vezes. Nessas reuniões, ele revelou que o Ministério de Segurança Nacional chinês ofereceu US$ 300 mil (R$ 1,1 milhão) ao ano por “serviços de consultoria”. As conversas com os funcionários chineses ocorriam em quartos de hotel em Pequim e em casas de chá.

Hansen teria sido pago para ir a eventos forenses, de segurança da informação e de comunicação militar dos EUA. O dinheiro era entregue por meio de compras superfaturadas de itens de informática vendidos por Hansen. 

Segundo o Departamento de Justiça, Hansen contou a um agente secreto americano que a China pagaria US$ 200 mil (R$ 760 mil). Em troca, ele passaria dados de um plano dos EUA com relação a uma "potencial intervenção militar na China". Anteriormente, ele havia dito a um agente secreto que a China estava interessada em material sobre a Coreia do Norte.

Outros acusados

Hansen é o último de uma série de ex-funcionários da inteligência dos EUA envolvido em acusações de espionagem para a China. Neste ano, o ex-funcionário da CIA Jerry Chun  Shing  Lee foi indiciado por reunir e entregar informações da defesa nacional norte-americana à China.

Outro ex-funcionário da inteligência dos EUA, chamado Kevin Mallory, está sendo julgado na Virgínia, também com relação à venda de segredos para a China.

(*Com agências internacionais)